Ainda não se sabe muitos detalhes das medidas que serão propostas. Segundo a colunista do UOL Carla Araújo, Haddad já discutiu as medidas com o presidente Lula, e a equipe da Fazenda as colocou no papel.

Entenda nova proposta do governo sobre gastos e taxação para ajustar contas
Marcelo Camargo/Agência Brasil. / Foto: Fernando Haddad, em entrevista à GloboNews.

No entanto, apesar da expectativa de Haddad de mandar os projetos para o Congresso logo, a Casa Civil acha que ainda falta alinhar muitas questões antes de os textos ficarem prontos.

Alguns deputados se dispuseram a incluir [os novos projetos de lei] em projetos que estão em tramitação. [...] Como já se passaram 120 dias, há, da parte de muita gente boa do Congresso, a disposição de votar pelo menos um desses projetos, o do controle de gastos.

O projeto de lei que trata do controle de gastos prevê o corte de R$ 10,7 bilhões em despesas, de acordo com informações preliminares do governo. Essa redução viria da limitação das compensações de créditos previdenciários dos contribuintes, da readequação das regras do seguro-defeso — benefício destinado a pescadores artesanais —, e da redução do prazo dos auxílios-doença concedidos somente por análise documental. Além disso, os pagamentos do Programa Pé de Meia devem ser embutidos no piso de gastos do Ministério da Educação, garantido constitucionalmente.

Algumas medidas que estavam incluídas na MP 1.303 e despertaram críticas devem ser retomadas no segundo projeto de lei, o qual trata de mudanças em impostos. Uma dessas medidas é sobre a taxação de bets e fintechs, com potencial arrecadatório de R$ 3,3 bilhões em 2026.

Os investimentos incentivados, um dos principais pontos de resistência dos parlamentares, devem seguem livres de Imposto de Renda. Assim, aplicações em LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) não pagarão as alíquotas progressivas, que ficam entre 15% e 22,5% sobre os rendimentos.

Haddad nega que as novas medidas representem aumento de impostos. O ministro afirmou que as propostas buscam "equalizar" as alíquotas para a contribuição de setores favorecidos com isenções.