O Congresso Nacional aprovou uma lei determinando que todas as doses adquiridas pelo setor privado sejam doadas ao SUS.

Empresários anunciam doação de 10 milhões de vacinas, mas querem aval a uso privado

Os empresários Luciano Hang, dono da varejista Havan, e Carlos Wizard, da holding Sforza, estiveram nesta quinta-feira, 25, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e anunciaram a intenção de doar 10 milhões de doses da vacina contra a covid-19 para o SUS. Por trás do gesto, no entanto, está o desejo dos empresários de poder comprar imunizantes para aplicar em seus funcionários, sem seguir a ordem de priorização estipulada no Plano Nacional de Imunização (PNI).

O Congresso Nacional aprovou uma lei determinando que todas as doses adquiridas pelo setor privado sejam doadas ao SUS. Hang e Wizard, porém, lideram um grupo que lançou abaixo-assinado para pressionar por uma mudança na lei para permitir o uso particular das doses, sem contrapartida ao sistema público de saúde. Hoje, a Justiça Federal derrubou obrigatoriedade de doação ao SUS de vacinas compradas por entidades privadas.

Mais cedo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se posicionou contra a possibilidade de empresas anteciparem a imunização de seus funcionários. Ele comentava sobre a vacinação de empresários do ramo de transportes em Minas Gerais, descumprindo o PNI. “Não podemos admitir e tolerar que se descumpra o PNI. O entendimento do Congresso foi de que, na edição da lei, houvesse possibilidade de aquisição pela iniciativa privada para doação de sua integralidade para o SUS. Não se pode descumprir essa lei e essa diretriz”, afirmou.