Em menos de dois meses, foi registrado um ligeiro crescimento de crimes enquadrados nessa tipificação.

Cada vez mais, casos de homicídios ocorridos na maior e mais populosa cidade do interior do Estado estampam os noticiários da região. Em menos de dois meses, foi registrado um ligeiro crescimento de crimes enquadrados nessa tipificação.
Dados divulgados pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) ilustram esse novo cenário que, na contramão do que foi visto no mesmo período dos últimos dois anos, apontam a escalada da violência na cidade.
O boletim indica que entre janeiro e fevereiro de 2022 foram registrados três casos de homicídio; no ano seguinte o número subiu para cinco. Já em 2024, antes mesmo de fevereiro acabar, já foram contabilizados 12 casos de homicídio.
Nos dois primeiros meses deste ano, o Dourados News noticiou crimes de homicídio envolvendo consumo de bebidas alcoólicas e entorpecente; dois casos de execução; um caso passional; entre outros.
Dos casos mais recentes e que gerou repercussão no Estado, o jornal divulgou o assassinato do motorista Jovane Rodrigues Pires, 29, ocorrido em 10 de janeiro deste ano e tipificado como crime passional. O autor, Narciso da Silva Cavalcante, 34 anos, foi preso.
Levantamentos da Polícia Civil, por meio do SIG (Setor de Investigações Gerais), apontam que Narciso assassinou Jovane na frente da ex-mulher, próximo ao pátio de um restaurante na MS-276, na região de Indápolis, distrito de Dourados.
Outro caso de homicídio registrado pelo Dourados News ocorreu em 21 de janeiro, quando Antônio Ramão Chamorro, 40 anos, morador na Rua Artur Manoel de Matos, Jardim Canaã I, foi assassinado a golpes de faca pelo enteado, de 22 anos, usuário de drogas.
Informações policiais apontam que o autor chegou em casa sob efeito de entorpecente e disse para a mãe que iria matar o padrasto, pois não suportava mais a presença dele na casa. A vítima tentou fugir, mas foi perseguida pelo enteado e esfaqueada.
O homicídio mais em Dourados, também divulgado pelo portal de notícias, ocorreu na sexta-feira, 16 de fevereiro. Eliston Aparecido Pereira da Silva, de 51 anos, morreu após ser atingido com pelo menos 13 tiros, no bairro Santa Fé, em Dourados.
Segundo o delegado do SIG, Erasmo Cubas, a ordem de execução veio do Paraguai, e pelo menos três dos cinco envolvidos eram estrangeiros, todos ligados ao tráfico de drogas. Durante o atentado, houve troca de tiros entre a vítima e os pistoleiros, indicando, pelo menos, de 25 a 30 disparos.
Cenário do crime na visão policial
Apesar do número de casos de homicídio parecer alarmante, em relação aos últimos dois anos, o delegado do SIG, Erasmo Cubas, pontua que o mês de janeiro está atípico, porém, é um crime que não se consegue medir estatisticamente, por ser sazonal.
“Às vezes inicia o ano e muitos desses crimes tem a ver com eventos festivos, crimes tentados, muitos praticados no contexto de violência doméstica, então é comum ao longo do ano você ver alguns meses que a taxa de homicídio dá uma aumentada e depois diminui”, comenta.
Cubas diz que o cenário atual não é considerado anormal. “Esse ano a gente percebeu que janeiro foi um mês com várias situações de homicídio, só que a gente não consegue medir se a criminalidade em si aumentou porque desses homicídios, nenhum foi praticado no contexto de guerras de facções”.
Questionado se há a necessidade de reforçar ações de segurança, o responsável pelo SIG avalia que no momento não, “lá por meados do meio do ano, se os crimes tiverem aumentando, se tiver envolvimento com a criminalidade organizada, aí sim nos preocupa”, enfatiza.
Sobre a agilidade para desvendar os crimes e garantir uma resposta rápida à população, o delegado aponta que isso acontece porque Dourados especializou as investigações de homicídio e direcionou o trabalho ao SIG, aumentando a taxa de resolutividade.
“A conclusão de um inquérito de homicídio, com indicação do autor ou prisão, desestimula bastante a criminalidade neste sentido, até porque muitos criminosos que executam o crime de homicídio, se tem envolvimento com a criminalidade, ele reincide”, finalizou.
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