Roda de conversa teve participação de defensora, advogado, psicólogo, entre outros envolvidos no tema.

Em debate sobre dignidade menstrual, parlamentares defendem distribuição gratuita de absorventes

A vereadora de Campo Grande Camila Jara (PT) conduziu roda de conversa sobre dificuldade de acesso aos itens básicos de higiene durante o período menstrual nesta sexta-feira (9). Está em trâmite na Câmara Municipal projeto de lei sobre diretrizes para ações de promoção da dignidade menstrual, que tem objetivo de conscientizar e disseminar informações sobre o assunto, além de fornecer absorventes higiênicos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e nas escolas municipais.

Autora da proposta, Camila explicou que o projeto prevê ações na educação, para que se desmistifique o tabu da menstruação. "Para que falemos como uma coisa normal, que ela é. É um assunto que precisamos debater dentro de espaços públicos e das salas de aula, para que as mulheres tenham acesso. Temos que, enquanto movimento de mulheres, saber que há mulheres que não têm o básico para sobreviver”.

Na ocasião, o deputado de Mato Grosso do Sul Pedro Kemp (PT) citou casos de meninas que deixam de ir à escola por falta de absorvente, quando está em seu período. "Esse é um problema que precisa ser debatido. Enquanto a gente não enfrentar, reduzir essa pobreza escandalosa que acaba impedindo que as pessoas tenham acesso aos seus direitos, aos bens que garantam a sua dignidade, a gente precisa debater esses temas no Legislativo e também exigir políticas públicas que garantam os direitos".

Projeto da mesma natureza da medida apresentada por Camila Jara foi encaminhado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, por parte de pedro Kemp.

A audiência na Casa de Leis de Campo Grande teve, ainda, a participação da defensora pública e coordenadora do NUDEM (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher), Thais Dominato, diretora de Enfrentamento à Violência, Melania Araújo, a subsecretaria de políticas públicas para as mulheres, Carla Stephanini, a representante da CUFA (Central Única das Favelas), Tatiana Samper.

Também, a coordenadora do Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua), Gyani da Conceição Costa, advogada especialista em direito penal e processo penal, Letícia Viana, o psicólogo, homem trans, coordenador regional do PDT Diversidade no Centro-Oeste e secretário Estadual do IBRAT-MS (Instituto Brasileiro de Transmasculinidade do Mato Grosso do Sul), João Vilela, e a representante Girl Up, Julia Peron.