Em um áudio de 15 minutos, o vice-presidente da República, Michel Temer, fala como se a presidente Dilma Roussef (PT) já tivesse sido afastada do cargo como resultado do processo de impeachment que ela sofre no Congresso Nacional. O áudio veio a público em matéria do jornal Folha de S. Paulo.

A votação está prevista para o próximo domingo, 17 de abril. A fala se parece com um primeiro 'pronunciamento' de Temer ao País após uma eventual queda de Dilma.

 

Ele diz que decidiu falar "agora, quando a Câmara dos Deputados decide por uma votação significativa declarar a autorização para a instauração de processo de impedimento contra a senhora presidente".

Temer afirma, ainda, que ficou “recolhido há mais de um mês para não aparentar que eu estaria cometendo algum ato, praticando algum gesto com vistas a ocupar o lugar da senhora presidente".

No áudio, que tem 15 minutos, o vice-presidente afirma que, apesar de sua postura, muitos o procuraram para que desse “pelo menos uma palavra preliminar à nação brasileira”. Afirma que faz isso “com muita modéstia, cautela, moderação, mas também em face da minha condição de vice-presidente e também como substituto constitucional da senhora presidente da República".

Temer também se dirige ao Senado, onde o processo também vai passar, mas ainda sem data definida. Ele diz que aguardará “respeitosamente” a decisão. "Nós temos que aguardar e respeitar a decisão soberana do Senado sobre esse tema", diz. Depois, afirma que poderia falar apenas após o fim do processo no Senado, mas que "evidentemente, sabem todos os que me ouvem que, após decisão do Senado Federal, eu preciso estar preparado para enfrentar os graves problemas que hoje afligem o nosso País".

Na fala, já sob a hipótese da queda de Dilma, Temer defende amplo papel da iniciativa privada na recuperação do País, e se compromete a manter e ,"se possível", ampliar os programas sociais, num claro recado às críticas de que se o PT deixar o governo os programas podem sofrer cortes.

A assessoria de imprensa de Temer admitiu a autenticidade do áudio e atribuiu a divulgação a um envio “por engano” a aliados. Seria um “exercício” do vice ao celular e que acabou, segundo a versão da assessoria, sendo enviado por erro.