A relação se dá ao aumento de número de casos de HPV, infecção que causa feridas na boca.

Durante ação, um alerta: hábito do tereré amplia risco de câncer de boca
Dia D com ações de prevenção e diagnóstico acontece na Praça Ary Coelho, até as 14h. / Foto: Bruna Pasche

O número de casos de câncer de boca aumenta assim que a incidência de HPV (Papilomavírus Humano) cresce. Em Mato Grosso do Sul, o índices da doença são altos se comparado à média nacional. Costumes regionais como o aparentemente inofensivo tereré, além do fumo, são fatores de risco importantes para a região.

Essa semana é celebrada a “Semana de Prevenção ao Câncer de Boca” e nesta terça-feira (06), pela manhã, aconteceu o “Dia D”, com ações de prevenção e diagnóstico do câncer de boca na Praça Ary Coelho das 8h às 14h ou enquanto houver paciente. No local, o paciente passa por uma triagem e caso identificado alguma lesão, é encaminhado à unidade móvel de odontologia, ainda na Praça. Caso a especialista suspeite de câncer, o paciente é agendado para realizar biópsia em um centro especializado.

“Nunca tinha feito nenhum exame assim, quando passei pela triagem eles identificaram uma ferida e me trouxeram aqui na unidade”, falou o aposentado Francisco de Castro, 74, enquanto esperava atendimento na unidade móvel.

O mesmo aconteceu com o auxiliar administrativo, Lucas Queiroz, de 37 aos, ele contou que estava passando pela Praça e resolveu parar. “Como também nunca tinha feito esse exame, resolvi parar e eles acharam uma lesão na minha boca que eu nunca tinha visto”.

Já o estudante Matheus Silva, de 23 anos, disse que costuma olhar sua boca, principalmente quando vai sair, mas já que estava na praça, resolveu parar. “Nunca se sabe né, como eu estava aqui do lado e o atendimento é de graça, parei”.

Durante o atendimento na Praça, até às 10h, 23 pessoas haviam sido encaminhadas para unidade móvel de odontologia e três para a biópsia.

O diretor do CRO (Conselho Regional de Odontologia de MS), Robson Ajala ressaltou que a boca é a porta de entrada para o corpo e é preciso ficar atento a cada detalhe. “Nós temos vários fatores de risco presentes na nossa cultura como mascar fumo, beber, levar as coisas na boca e até o tereré. O índice de HPV está alto e a contaminação pela saliva é direta, a boca é nossa porta de entrada, devemos estar atentos ao que levamos a ela”.