WWF-Brasil realizou no mês de junho treinamento para brigadistas sobre utilização de drones para prevenção e combate ao fogo.

Drones são utilizados para monitorar e combater o fogo na Serra da Bodoquena em MS
Curso foi realizado pelo WWF-Brasil. / Foto: Uári Skilo / WWF-Brasil

A organização de conservação WWF-Brasil realizou, neste mês de junho, um treinamento sobre a utilização de drones, que são veículos aéreos não tripulados, no mapeamento de desmatamentos e prevenção e combate ao fogo, no Parna da Bodoquena, localizado na Serra da Bodoquena, em Bonito (MS), a 297 km de Campo Grande.

Participaram do curso brigadistas, guarda-parques, gestores ambientais, como da Gerência Regional 3 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), assim como brigadistas das Terras Indígenas Irantxe e Menkü e técnicos de organizações parceiras.

Ao todo foram 27 pessoas que atuam em áreas protegidas de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraguai.

O Parna da Bodoquena conta com 77 mil hectares distribuídos nos municípios de Bonito, Jardim e Bodoquena. A região foi escolhida para a realização do curso, pois é considerada uma área de elevado número de focos de queimadas. Conforme a WWF-Brasil, houve um aumento de 53,5% do número de focos de queimadas entre os anos de 2019 e 2021.

O curso teve partes teóricas e práticas. Primeiramente, os participantes aprenderam sobre as regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que regula os voos de drones. Além disso, foram ensinados sobre como utilizar o equipamento para conservação e apoio à gestão de áreas protegidas, avaliações de condições climáticas, topografia e locais de monitoramento, assim como aplicativos de comando e mapeamento.

O responsável pelo trabalho de tecnologia para conservação do WWF-Brasil, Felipe Spina, foi um dos instrutores do curso de uso de drones para o manejo integrado do fogo, queimas controladas e combate a incêndios.

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Com o uso de drones, os brigadistas conseguem visualizar as áreas atingidas com maior rapidez, o que permite a tomada de decisões mais eficazes, como definição de rotas de fuga, ver os locais de início do incêndio e quais são os melhores acessos para o combate ao fogo.

“Os drones possibilitam acompanhar o ritmo e a forma como o fogo está se comportando no momento da ocorrência. Quando o fogo ocorre de maneira descontrolada, e sem a possibilidade de entender o comportamento dele, há maior perda de biodiversidade', explica o gerente de Unidades de Conservação do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Leonardo Tostes Palma.

O brigadista do Parna da Bodoquena, João Batista Benites afirma que é maravilhosa a experiência de usar o drone no mapeamento do fogo. “Muitas vezes não temos a visibilidade ideal dos focos e nos colocamos em risco. Mas agora, com o drone, teremos uma visão ampla e mais segurança para trabalhar', pontua.