Segundo o Tesouro Nacional, alta é resultado das despesas com pagamento dos juros da dívida pública, que no mês passado somaram R$ 28,26 bilhões.

Dívida pública sobe 0,26% em maio, para R$ 3,25 trilhões

A dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior, avançou 0,26% em maio, para R$ 3,25 trilhões, informou nesta segunda-feira (26) a Secretaria do Tesouro Nacional.

Em abril, a dívida estava em R$ 3,24 trilhões.

Esse aumento está relacionado principalmente às despesas com juros da dívida pública, que somaram R$ 28,26 bilhões em maio.

No mês passado, houve resgate líquido de títulos públicos, ou seja, o vencimento de papéis superou a emissão de novos títulos da dívida, em R$ 19,74 bilhões. O resgate líquido contribui para reduzir a dívida pública mas isso não ocorreu em maio porque o valor gasto pelo governo com pagamento de juros (R$ 28,26 bilhões) foi superior.

A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como externa.
Em 2016, a dívida pública registrou crescimento de 11,42%, para R$ 3,11 trilhões.

Programação para 2017
 
Para este ano, a expectativa do Tesouro Nacional é de novo aumento na dívida pública. A programação da instituição prevê que ela pode chegar aos R$ 3,65 tilhões no fim de 2017.

Se isso se confirmar, a alta da dívida, neste ano, será de R$ 538 bilhões, aumento 17,28% em relação ao fechamento de 2016.

O patamar de R$ 3,65 trilhões é o máximo previsto para a dívida interna e externa. Portanto, o crescimento pode ser menor. Estimativas do Tesouro apontam que a alta pode ficar em R$ 338 bilhões e, neste caso, a dívida chegaria ao final de 2017 em R$ 3,45 trilhões, elevação de 10,86%.

Dívidas interna e externa
 
No caso da dívida interna, informou o Tesouro Nacional, foi registrada uma elevação de 0,22% em maio, para R$ 3,13 trilhões. Neste caso, a alta foi de R$ 7 bilhões.

A dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, contabilizou uma alta de 1,31% no mês passado, para R$ 122,8 bilhões. O aumento da dívida externa foi de R$ 1,6 bilhão em maio.

Compradores
 
Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna recuou em maio. Em abril, os não residentes detinham 13,63% do total da dívida interna (R$ 425 bilhões). No fechamento de maio, detinham 13,42%, o equivalente a R$ 419 bilhões.

Mesmo assim, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública interna, atrás dos fundos de previdência (R$ 820 bilhões em maio, ou 26,21% do total); dos fundos de investimento (23,17% do total, ou R$ 725 bilhões) e das instituições financeiras (22,16% do total, ou R$ 693 bilhões).
 

Perfil da dívida
 
Em maio deste ano, o percentual de papéis prefixados somou 36% do total, ou R$ 1,12 trilhão, contra 34,93% em abril (R$ 1,09 trilhão). Os números foram calculados após a contabilização dos contratos de "swap cambial".

Os títulos atrelados à taxa Selic, chamados de pós-fixados, por sua vez, tiveram sua participação dimimuída no mês passado. Em abril, representaram 29,33% do total (R$ 916 bilhões), recuando para 28,82% em maio (ou R$ 902 bilhões).

A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação), por sua vez, somou 31,86% em maio deste ano, o equivalente a R$ 997 bilhões, contra 33,45% em abril (R$ 1,04 trilhão).

Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 3,32% do total em maio, ou R$ 103,3 bilhões, contra 2,29% em abril deste ano, ou R$ 71,49 bilhões.

O aumento da dívida em dólar se deve à emissão, por parte do Banco Central, de contratos de "swap cambial" - na esteira do processo de alta da cotação do dólar no Brasil, fruto da nova etapa da crise política, envolvendo denúncias contra o presidente Michel Temer.