Se dependesse da bancada federal de Mato Grosso do Sul, a presidente Dilma Rousseff (PT) teria muita dificuldade para escapar da abertura do impeachment, que começou a tramitar ontem (2) no Congresso Nacional.

O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, aceitou o pedido e agora os deputados precisam do voto de dois terços, 342 dos 513 deputados, votarem a favor. Após a votação o projeto é enviado para o Senado, onde a presidente só é cassada com o voto de 54 dos 81 senadores.

A bancada do Mato Grosso do Sul é formada por oito deputados e a maioria parece favorável ao impeachment da presidente Dilma. Elizeu Dionizio (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Tereza Cristina (PSB) são da oposição e, certamente, votarão a favor do impeachment.

No PMDB Dilma também não deve ter vida fácil. Geraldo Resende (PMDB) é um dos defensores do afastamento do PMDB da presidente e Carlos Marun (PMDB) é próximo a Eduardo Cunha, que declarou guerra a presidente depois que petistas deram andamento ao processo de cassação do mandato dele.

Os deputados do PT, naturalmente, votarão contrário ao impeachment. O deputado Dagoberto Nogueira (PDT) é o único que ainda deve ser dúvida. O partido dele não está mais na base, mas continua apoiando Dilma. Sem voto de Dagoberto, Dilma perderia de cinco a dois.

O processo de tramitação do impeachment é demorado e pode ficar apenas para 2016. Dilma será afastada imediatamente, por até 180 dias, se dois terços dos deputados aprovarem o pedido. Ela só retorna ao cargo se o Senado absolvê-la.