Em Dourados é esperado que a data movimente R$ 9,3 milhões, sendo R$ 8 milhões com compras de presentes e R$ 1,3 milhão com comemorações.

Dia das Crianças deve ser a melhor data para o comércio
Dia das Crianças deve superar Dia das Mães e dos Namorados. / Foto: Reprodução

Com possibilidade de crescer 5%, frente a quedas que chegaram a superar os 40% em outras datas sazonais (casos do Dia das Mães e Dia dos Namorados), a movimentação financeira com o Dia das Crianças deve apresentar resultados melhores, conforme demonstrado pela pesquisa do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS (IPF-MS) e Sebrae MS.

Em Dourados é esperado que a data movimente R$ 9,3 milhões, sendo R$ 8 milhões com compras de presentes e R$ 1,3 milhão com comemorações. O valor supera em comparação a 2019 que registrou R$ 8,1 milhões total.

"O leve aumento da compra de presentes ocorreu também, em função dos aspectos comportamentais e das influências do isolamento social durante a pandemia do coronavírus, uma vez que, em casa, muitas crianças têm ficado ansiosas", explica a economista do IPF-MS, Daniela Dias.

No Estado

A pesquisa desenhou dois cenários. No atual, a previsão é de 5% de aumento na movimentação, ao atingir R$139,15 milhões em todo o estado, dos quais R$ 36,17 milhões (26%) serão destinados às comemorações e R$102,99 milhões (74%) a compra de presentes. O gasto médio poderá alcançar R$230,55 e apenas 30% da população tenderá a comemorar a data.

A pesquisa apontou que entre as pessoas que possuem afilhados, sobrinhos ou filhos, 38% admitiram que as crianças/adolescentes estão ansiosas, em função do isolamento social/suspensão das aulas presenciais. Para atenuar esse cenário, o principal recurso usado tem sido o videogame/Celular (49%), seguidos pelos filmes/séries (44%), desenho/pintura (7%), conversa com amigos e brincadeiras com primos (6%).

Dos que não irão presentear, 29% informaram estar sem dinheiro e 12% receosos em relação ao cenário atual. Mais de 50% darão prioridade a brinquedos (39%), roupas (31%) e calçados (21%).

As compras deverão se concentrar nas lojas físicas (83%), mas há um forte destaque para internet 12% e ao fato de 17% pedirão a entrega em domicílio. Para os lojistas, fica a dica do que pode ser decisivo no momento das compras: 39% esperam benefícios para pagamento à vista, 25% vão considerar o atendimento, 24% o parcelamento, 13% as medidas sanitárias e 11% terão como fator preponderante o bairro em que está localizado o estabelecimento.

Quanto às comemorações, passeios (18%) e brincadeiras (17%) são as principais, 15% dizem que vão pedir refeições e 11% devem levar as crianças a lanchonetes ou restaurantes. Se não houvesse pandemia, os parques seriam os ambientes preferidos para 23%, outros 20% fariam um passeio, 31% ficariam em casa e 19% iriam ao cinema.

Em relação às cidades do interior do Estado, os maiores gastos médios com presentes ocorrerão em Corumbá/Ladário (R$188,30), em Dourados (R$155,62) e Coxim (R$152,52). Assim como com as comemorações, cujos os valores, respectivamente poderão alcançar, R$136,91, R$126,25 e R$111,28.

"Uma vez que o consumidor pretende ir às lojas, é o momento de mostrar a este consumidor, primeiro que o comércio dele é um ambiente seguro tanto para os pais quanto pelas crianças; momento de reduzir o nível dos estoques que ficou parado por bastante tempo; de retomar capital de giro, dessas empresas terem um fôlego para começarem a se preparar para o final do ano e talvez a gente continue a ver um cenário um pouco mais brando, desde que as taxas da pandemia continuem em queda, e tenhamos um cenário mais positivo para os próximos meses", observa a economista do Sebrae MS, Vanessa Schmidt.

Outro ponto que merece atenção dos empresários, diz Vanessa, é que muitos consumidores pretendem realizar a comemoração em casa. "Isso surge como oportunidade para o setor de serviços de entregas de alimentos, de refeições preparadas, que podem pensar nesta data com pratos mais voltados ao público infantil. O importante é que comunique esse consumidor sobre o que terá de especial e o consumidor estará muito atento aos benefícios para o pagamento à vista, o que mais uma vez reforça a estratégia de formação do capital de giro, vendendo à vista e comprando a prazo para começar a se recuperar do prejuízo dos meses anteriores".

A pesquisa ainda considerou um segundo cenário, que seria logo após a epidemia, que resultaria em uma movimentação 10% menor, de R$131,93 milhões, dado o aumento da priorização pelas comemorações, com menores gastos.