Parlamentares vão marcar audiência para debater o assunto

Deputados pedem que caça do jacaré seja liberada

Deputados estaduais da Assembleia Legislativa pedem que o governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), libere a caça, pelo menos, do jacaré, para que o impacto, segundo eles, no turismo e a economia do Estado sejam amenizados. Audiência será marcada para que a proposta seja debatida.

O deputado Marçal Filho (PSDB) defende que a fiscalização deva ser mais efetiva e que se crie um disque denúncia gratuito para que evite abusos ou então que seja cota zero a todos, mas considerou que o assunto ainda “cabe muito debate”.

O deputado Cabo Almi (PT) concordou com a ampliação da fiscalização. “Precisamos de mais lanchas, de mais combustível, de mais policiais ambientais, para que de fato fiscalizem. Até na piracema [época de reprodução de peixes] ainda vemos pesca ilegal. E não adianta fazer de uma hora para outra, pois haverá prejuízo. Tem que delimitar com responsabilidade”, afirmou o parlamentar que anunciou que irá representar o Legislativo em uma audiência sobre o tema na tarde de hoje na Ordem dos Advogados do Brasil.

JACARÉS

A proposta da cota zero dispõe sobre o pescado e o repovoamento dos rios em Mato Grosso do Sul, mas outra espécie tem chamado a atenção: o jacaré. Segundo o deputado Neno Razuk (PTB), especialistas apontam um superpovoamento na fauna do Estado que, inclusive, estaria prejudicando o meio ambiente.

MINUTA

O líder do Governo na Casa de Leis, deputado José Carlos Barbosa (DEM), Barbosinha, disse que a minuta ainda está em aberto e que cabe discussão. “Muitas espécies estão em risco devido a quantidade de jacarés, que quando adultos não existe predador natural dele. Até sucuri eles comem. Então conversando com estudiosos da área vemos que é possível o manejo sustentável sem prejudicar o turismo ou a espécie, que poderia gerar R$ 1 bilhão por ano a mais para a economia do Estado e a criação de mais 10 grandes indústrias de beneficiamento da carne”, explicou Neno, que ainda disse que seria possível abrir a caça até mesmo para os ribeirinhos terem renda extra.

Atualmente a caça de qualquer animal silvestre é proibida pela Lei Federal 9.605/1998, com pena de seis meses a um ano de detenção, mais multa e agravantes caso seja em locais como reservas ambientais. O líder do Governo na Casa de Leis, deputado Barbosinha (DEM) disse que ainda há tempo para conversar. “O governador está ainda trabalhando em cima do decreto, baseado em muito estudo e dialogando com todos os setores. Para nossa audiência futura também será necessário ter acesso aos trabalhos de especialistas como da Embrapa Pantanal, para subsidiar nossas informações e chegarmos a um denominador comum que possa transformar a economia de forma positiva”.