Depois de quebrar cadeira do trabalho, analista perde 42 kg em 6 meses
José Roberto Cunha Junior chegou a pesar 140 kg; hoje, pesa 98 kg. / Foto: Arquivo Pessoal/José Roberto Cunha Junior

O dia 13 de janeiro deste ano foi emblemático para o analista de logística José Roberto Cunha Junior, que tem 32 anos e é de São José dos Campos (SP). Quando chegou para trabalhar e se sentou em seu escritório, as rodinhas da cadeira abriram, cedendo aos seus 140 kg. Ele ficou envergonhado e decidiu que era hora de mudar. Pouco mais de seis meses depois, ele já emagreceu 42 kg e hoje pesa 98 kg.

Até então, não se achava gordo, mas já sentia os efeitos do excesso de peso na saúde. Além da pressão alta, tinha dores nas pernas e nas costas. Não conseguia amarrar o cadarço do sapato nem acompanhar a filha de 12 anos em suas atividades. Não encontrava mais roupas em lojas comuns, só nas de tamanho especial.

“Vivia muito cansado, com falta de ar. Decidi que precisava emagrecer, mas no começo não foi por estética, foi pelas dificuldades com o excesso de peso.”

Barrinha de cereal no lugar de doce
A primeira coisa que mudou foi cortar o doce de sua vida. “Era viciado em doce. Como tinha compulsão alimentar, não conseguia me contentar com pouco. Comia duas barras de chocolate por dia. Fazia brigadeiro com duas latas de leite condensado. Uma era só para mim e a outra para minha ex-esposa e meu enteado dividirem.”

Depois da mudança alimentar, sempre que sente vontade de comer doce, troca por uma barrinha de cereal ou uma fruta. Até o açúcar do café foi eliminado. Outra mudança foi parar com o refrigerante. Ele tomava até dois litros por dia. Também diminuiu a quantidade de pão, queijo, requeijão e outros laticínios.

Frutas, legumes e verduras, por outro lado, passaram a fazer parte de seu cotidiano. “Antes não comia nada disso. Não é porque eu não gostava, é porque tinham outras coisas muito mais gostosas que isso. Pensava: por que vou comer alface e tomate se tem lasanha?”

Ele garante que não passa fome e que come a cada três horas. No almoço e no jantar, prefere comer menos carboidratos e se concentra na carne e nas verduras e legumes.

Vergonha de ir à academia
Depois de perder os primeiros 13 kg, decidiu dar um passo a mais em direção à vida saudável: tomou coragem e se inscreveu em uma academia. Como sabia que havia risco de desistir no meio do caminho, pagou logo por seis meses para garantir que ficaria pelo menos um semestre.

“No começo, ficava receoso de ir, não tinha nem roupa apropriada. Ia com bermuda jeans que era a única coisa que eu tinha. Tinha vergonha e andava olhando para baixo. Depois pensei: as pessoas vão na academia para emagrecer, não tem que emagrecer para ir para a academia.” Hoje, ele diz que aprendeu a gostar dos exercícios. Corre até 30 minutos na esteira e levanta 50 kg. “Hoje, me dá prazer e não consigo ficar sem.”

O que o motivou ao longo do processo, segundo ele, foi ver que os amigos e familiares começaram a notar e elogiar sua mudança. Seu pai, que era um dos mais críticos em relação ao excesso de peso, também foi importante. “Meu pai era bem realista. Toda vez que eu ia visitar, ele dizia: ‘Está ficando bom, mas ainda está gordo’. Era o que mais me dava força porque minha mãe ficava preocupada, achando que eu estava passando fome.”

Hoje, José Roberto fica satisfeito ao olhar no espelho, passou a gostar de aparecer em fotos e percebe que as pessoas também olham para ele de um jeito diferente. “A diferença é nítida. Minha filha se surpreendeu. Até minha avó fala: ‘como você está elegante e bonito’.”