Prolongamento da Avenida Norte Sul irá ocupar espaço que, hoje, é da favela.

“A gente já pode começar a desmontar os barracos?”. Sem ainda saber o destino, uma das crianças da Favela do Mandela não conseguiu tirar o sorriso do rosto ao saber que os moradores da comunidade serão reassentados em outro local. De acordo com a prefeitura de Campo Grande, o prolongamento da Avenida Norte Sul irá substituir as paredes improvisadas por asfalto.
Relembrando os últimos anos, Franciele conta que, há tempos, os moradores do Mandela esperam por boas notícias. “Ninguém gosta de morar aqui, mas não temos condição de sair e pagar um aluguel caro, todas as outras contas. Agora a gente vai ter oportunidade”.
Líder da favela, Greiciele Naiara Ferreira, de 26 anos, explica que já chegou a ir para o hospital devido à ansiedade com a possibilidade de deixar os barracos no passado. “Quando imaginei que isso pudesse acontecer, tive uma crise de ansiedade e precisaram me levar para o hospital. É um sonho. Aqui, a gente não tem casa de alvenaria, imagina ter isso?”, relata.
Morando na comunidade há quatro anos, ela destaca que viver por ali, tem sido manter o sonho de conseguir uma nova vida. “Quando vieram fazer o cadastro dos moradores e a gente falou que talvez tivesse essa chance de mudança, o povo começou a chorar. É uma alegria, porque é difícil morar aqui, ficamos por necessidade”.
Emocionada, Sandra Micaela dos Reis Araújo, de 33 anos, relembrou que o filho aprendeu a andar nas ruas improvisadas da comunidade. “Ele tinha três meses, hoje tem cinco anos. Não tem coisa melhor do que pensar que eu vou ter uma casa minha, ainda mais com meus filhos”.
Pensando na saúde, ela explica que seus dois filhos têm problemas respiratórios e conviver com terra, frio e incêndios frequentes aumentam o desejo de sair da favela. “As pessoas perguntam o motivo da gente não sair daqui, é que a gente não consegue mesmo. Agora, a gente vai ter uma casa. É muito gratificante”, diz.
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