O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki informou hoje que a Procuradoria-Geral da República relatou, em documento enviado à corte, que o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), ofereceu R$ 50 mil mensais ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação premiada ou, se o fizesse, não citasse o parlamentar.

A PGR afirma que parte dos valores prometidos a Cerveró, preso na Operação Lava Jato, seriam repassados à família do ex-diretor da Petrobras a partir de honorários advocatícios pagos pelo dono do banco BTG Pactual, André Esteves, ao advogado Edson Ribeiro. O senador também teria prometido a Ribeiro, segundo o documento da PGR, mais R$ 4 milhões em honorários advocatícios.

Delcídio foi preso na manhã desta quarta em Brasília pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato por supostamente estar agindo para atrapalhar as investigações. Nesta quarta, a Policia Federal fez buscas na casa e no gabinete do senador.

Sobre o acordo de pagamento mensal à família de Cerveró, o documento enviado por Janot ao STF traz trecho de uma conversa entre Delcídio, o advogado Edson Ribeiro e o filho do ex-diretor da Petrobras. Veja, na íntegra, a conversa - Clique aqui, que foi publicada pela Folha.uol

A Procuradoria citou uma gravação na qual Delcídio discutiu meios de rota para Cerveró deixar o país, em caso de o STF conceder habeas corpus para o ex-diretor da Petrobras.

Na rota prevista por Delcídio, Cerveró iria, primeiro, para o Paraguai e depois viajaria para a Espanha.