Os advogados do senador Delcídio do Amaral (PT) apresentaram defesa no Conselho de Ética para justificar a permanência dele no mandato. Os partidos Rede, PPS, DEM e PSDB pedem a abertura de processo de cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro, por conta da prisão no dia 25 de novembro.

A defesa alega que não há flagrante que justifique a prisão do senador e ainda ressalta que há possibilidade de fiança para o crime de obstrução da Justiça, no qual o senador é acusado. Os advogados ainda argumentam que a gravação teria sido obtida de forma ilegal, questionando a possível cassação sem a conclusão da ação, que pode inocentá-lo.

Apesar de apresentar a defesa, os advogados alegam que não consideram a representação contra o senador válida, visto que baseia-se, segundo a defesa, em um decreto de prisão e uma gravação totalmente irregular.

No entendimento dos advogados, a acusação deveria ter trazido outros argumentos e outras comprovações. “Aqui não se discute crime, mas a existência ou não de decoro parlamentar”, justificou o advogado Gilson Dipp, em entrevista a TV Senado.

Os advogados de Delcídio também pediram o afastamento do relator do caso no conselho de ética, o senador Ataídes Oliveira, do PSDB de Tocantins. A defesa de Delcídio pondera que o senador é do bloco de partidos que apresentaram o pedido de cassação dele.

Delcídio está preso desde o dia 25 de novembro por conta de uma gravação onde orientava o filho do diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, a traçar uma fuga para ele, com objetivo de não participar da delação premiada da Lava Jato, que investiga desvio milionário na Petrobras. No vídeo Delcídio ainda oferece um dinheiro mensal para que Cerveró sobrevivesse na Espanha, para onde fugiria.