Crianças sendo atendidas no colo da mãe por falta de macas foi um dos problemas que o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS) constatou durante vistoria nos dois maiores hospitais do estado, Hospital Regional e Santa Casa, ambos em Campo Grande.

A Santa Casa confirma a superlotação, principalmente porque o hospital não recusa pacientes. Na sexta-feira (24), a direção deve fazer uma reunião para discutir a situação da pediatria.

O secretário estadual de Saúde, Nelson Tavares, admite a superlotação no HR e diz que a situação se agravou este ano por causa dos casos de H1N1.

No HR, um cartaz com o aviso: "superlotação e falta de previsão para atendimento" foi colocado na porta do pronto-socorro. A situação é ainda pior na pediatria, faltam leitos e o atendimento é precário.

O cenário piorou nos últimos 10 dias, como mostram as fotos do relatório feito pelo CRM. Na área vermelha, por exemplo, onde deveria ter uma criança havia sete. Na observação pediátrica, 24 crianças aguardavam atendimento, onde caberiam 14.

Na Santa Casa, o número de pacientes no setor pediátrico, de acordo com o relatório, chegou a ultrapassar 166% da capacidade.

O conselho também fiscalizou o Hospital Universitário, na capital sul-mato-grossense. No local, não foi constatado problema de superlotação, mas faltam materiais e remédios. A Ebserh, empresa responsável pela administração do HU, informou que hoje todos os 31 leitos pediátricos estão ocupados e caso uma criança seja encaminhada para lá, ela será atendida na área vermelha da ala pediátrica do hospital.

Além de pedir providências sobre os problemas encontrados, o CRM vai enviar o relatório para o Ministério Público Estadual (MP-MS).