Saúde classifica desafio em vacinação diante de casos confirmados da doença.

Crianças de um a nove anos são principais vítimas de meningite em Mato Grosso do Sul
Aplicação de vacina. / Foto: Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax

De janeiro a setembro deste ano, 82 casos confirmados de meningite foram confirmados em Mato Grosso do Sul neste ano. Se comprado aos últimos três anos, crianças de um a nove anos são as principais vítimas da doença.

Os dados atualizados da SES (Secretaria Estadual de Saúde) e Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) mostram que dos positivos em 2023, cerca de 20 crianças de um a nove anos foram infectadas, em seguida está 18 pacientes na faixa etária dos 40 a 59 anos. A lista ainda indica 16 confirmados de 20 a 39 anos.

Idosos de 60 anos e mais estão entre os menos infectados com a doença, entre 2018 e 18 de setembro, apenas 44 casos foram registrados. Adolescentes de 10 anos a jovens de 19 anos estão listados em 2° com menor infecção, somando 73 casos.

Foram 670 moradores foram infectados com meningite nos últimos seis anos. A linha do tempo mostra que houve pico de confirmados em 2019, quando 148 pessoas tiveram diagnóstico positivo para doença, comprando notificações entre bebês menores de um ano a idosos com 60 anos ou mais.

Apesar do quantitativo, 55 foram curados e 18 morreram em decorrência da doença, outros quatro foram a óbito por outra causa. Comparando dados do ano passado, a linha de evolução óbito se compara, contra 19 morte pela doença em 2022.

O que é a meningite?
A meningite é uma inflamação das meninges - membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal -, que pode ser causada por vírus ou bactérias. O Ministério da Saúde classifica a meningite como uma doença grave, que pode levar a morte, principalmente de crianças.

Há três tipos de meningite:

Bacteriana - tipos mais grave e com maior potencial de complicações. A principal bactéria é a meningococo, seguida pelo pneumococo, haemophilus e mycobacterium tuberculosis;

Fúngica - Geralmente associada a doenças de base que comprometem a imunidade. Tem dificuldade em tratamento e pode deixar sequelas;

Viral - São mais frequentes e com menor potencial de complicações.

O monitoramento da SES mostra que neste ano a maioria dos registros foi de meningite não especificada (24), em seguida está a bacteriana (22), viral (14), pneumococo (10), fungos (9) e por tuberculose (2).

Desafio em vacinar
De acordo a SES, para que a doença não seja tão incidente no Estado é necessário melhorar a cobertura vacinal e que os profissionais de saúde estejam atentos e notifiquem os casos suspeitos da doença.

Entre 2020 e 2022, o índice de vacinados ficou abaixo do ideal preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de 90%.

A vacina continua sendo a principal proteção contra a infecção. As doses disponíveis no calendário de vacinação da criança do Programa Nacional de Imunização são:

Vacina meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C.

Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite.

Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.

Meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C.

Meningocócica ACWY (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A, C, W e Y.

Vale lembrar que devido à gravidade do quadro clínico, os casos suspeitos de meningite sempre são internados nos hospitais, por isso, ao se suspeitar de um caso, é urgente a procura por um pronto-socorro hospitalar para avaliação médica.