Julgamento faz parte do processo disciplinar que profisisonal responde no Conselho Regional de Enfermagem.

Conselheiro pede vista e audiência de enfermeiro acusado de estupro é adiada
Enfermeiro saindo do Coren-MS após oitiva em setembro deste ano. / Foto: Marcos Maluf | Arquivo

A audiência do processo disciplinar do enfermeiro acusado de estuprar uma paciente no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, em fevereiro de 2021, acabou sendo adiada após conselheiro do Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem) pedir vistas, nesta quinta-feira (15).

Conforme informado pelo Conselho ao Campo Grande News, participaram da audiência nesta quinta, na sede do Coren, no Bairro Monte Castelo, as defesas do acusado e da vítima. A mãe da paciente também esteve presente.

O julgamento começou por volta das 10h e a mãe da vítima chegou a conversar com a reportagem enquanto aguardava. Ela afirmou que o enfermeiro é uma vergonha para outros profissionais e esperava que ele fosse cassado.

Ele estar solto é motivo de debochar da justiça. Ele não merece continuar atendendo, é uma vergonha para os outros profissionais ter esse lixo entre o meio deles”, disse a mulher.

A audiência, no entanto, acabou sendo encerrada no início da tarde, já que um dos conselheiros pediu vista para “ter mais tempo para analisar a cassação ou não da carteira profissional do acusado”. Com isso, o julgamento foi adiado e ainda não tem nova data.

Investigação criminal - Os responsáveis pelas apurações dizem ter convicção de que o enfermeiro cometeu agressão sexual contra a paciente, que estava internada com covid-19. A denúncia foi feita pela mãe da vítima, quando a filha ainda estava recebendo tratamento na ala isolada do hospital.

No relato a paciente afirmou que depois de ter passado mal durante a noite do dia 3 de fevereiro, tendo vômito e falta de ar, ela notou quando o profissional de enfermagem começou a ir ao quarto dela, durante a madrugada do dia 4, passou a apertá-la e passar a mão em seu corpo.

Em determinado momento, o suspeito retornou ao leito com “óleo de girassol”, passou nos dedos e começou a abusar da vítima. Mesmo debilitada, a paciente diz ter tentado resistir ao abuso como pôde, pedindo para o homem parar e sair de cima dela, mas ele insistia em passar a mão na virilha da paciente, enquanto pedia para ela “abrir as pernas”. O homem repetia que queria masturbar apaciente e que não era para ela resistir, se não poderia “dar problema para ele”.

Depois de ter alta, a mulher prestou depoimento e foi à Deam para fazer o reconhecimento do agressor. Ainda segundo a delegada, ao longo da investigação, foram ouvidas nove testemunhas. Embora a perícia não tenha encontrado vestígios de sêmen, por exemplo, nas roupas da vítima – o que seria uma prova cabal –, outros elementos corroboraram para a polícia chegar à conclusão das investigações e indiciar o suspeito.

A Deam tentou prender o acusado, mas o pedido foi negado pela Justiça, embora o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) tenha se manifestado favorável à prisão, segundo a delegada Maíra Machado, que tocou a investigação.