A síndrome "mão-pé-boca"é causada pelo vírus do grupo coxsackie, que pode ser transmitido de pessoa para pessoa ou através de alimentos ou objetos contaminados.

Como crianças de CEINFs (Centro de Educação Infantil) do município de Nova Andradina foram acometidas recentemente pela síndrome "mão-pé-boca", doença altamente contagiosa que ocorre mais frequentemente nessa faixa etária, optei por abordar o assunto nesta colaboração a O Progresso.
A síndrome "mão-pé-boca"é causada pelo vírus do grupo coxsackie, que pode ser transmitido de pessoa para pessoa ou através de alimentos ou objetos contaminados. Geralmente, os sintomas da síndrome mão-pé-boca só surgem após 3 a 7 dias da infecção pelo vírus e incluem febre superior a 38ºC, dor de garganta e falta de apetite.
Após 2 dias do surgimento dos primeiros sintomas, aparecem aftas dolorosas na boca e bolhas dolorosas nas mãos, pés e, por vezes, na região íntima, que podem coçar. O tratamento da síndrome mão-pé-boca deve ser orientado pelo pediatra ou clínico geral e pode ser feito com remédios para a febre, anti-inflamatórios, remédios para a coceira e pomadas para as aftas, com o objetivo de aliviar os sintomas.
Por causa de alguns sintomas, essa síndrome pode ser confundida com algumas doenças, como a herpangina, que é uma doença viral em que o bebê apresenta feridas na boca semelhante às feridas do herpes, e a escarlatina, em que a criança apresenta manchas vermelhas espalhadas pela pele. Por isso, o médico pode solicitar a realização de exames laboratoriais complementares para fechar o diagnóstico.
A complicação mais comum costuma ser a desidratação, pois, além do mal-estar, a dor de garganta é muito forte, e as crianças podem parar de aceitar alimentos e líquidos.As aftas bucais podem deixar a criança sem vontade de comer ou beber, correndo o risco de desidratação. Se isso acontecer, a alternativa é oferecer alimentos pastosos, como mingau ou purê, desde que não estejam muito quentes. Gelatina e sorvete são outra opção. Evite comidas ácidas, muito quentes ou condimentadas. Para evitar a desidratação, ofereça suco, chá gelado e água, sorvidos em pequenos goles.
A transmissão da síndrome mão-pé-boca ocorre através da tosse, espirros e saliva e do contato direto com bolhas que tenham estourado ou fezes infectadas, principalmente durante os primeiros 7 dias da doença, porém mesmo após a recuperação, o vírus ainda pode ser transmitido através das fezes durante cerca de 4 semanas. Além disso, o vírus pode ser transmitido através de objetos ou alimentos contaminados. Por isso, é importante lavar os alimentos antes do consumo, trocar a fralda do bebê com luva e depois lavar as mãos e lavar bem as mãos após usar o banheiro. Veja quando e como lavar as mãos corretamente.
Por conta desses fatores de contágio, pessoas contaminadas devem ficar em casa. Crianças não devem ir à creche ou à escola, e adultos devem faltar o trabalho até todos os sintomas terem desaparecidos.Mão-pé-boca pode surgir o ano todo, mas os casos aumentam ligeiramente no início do outono, quando a temperatura cai e tendemos a ficar em ambientes mais fechados. É por isso que salas de aula de escolas e creches são ambientes perfeitos para a proliferação do vírus, que é transmitido via secreções e contato físico. Por ser causada por mais de um tipo de vírus (os mais comuns são o coxsackie e o enterovírus), pegar a mão-pé-boca uma vez não é garantia de imunidade para o resto da vida.Como acontece com gripes, pode acontecer da criança ter a doença várias vezes.
Orientamos os pacientes a mesmo depois de cessados os sintomas lavar as mãos com frequência, principalmente após ir ao banheiro e antes de manusear comida. Nas creches, é preciso ter muito cuidado com a higiene das mãos na hora de trocar as fraldas, para que os profissionais não transmitam o vírus de uma criança pra outra. Roupas comuns e roupas de cama podem ser fontes de contágio (principalmente se houver secreção das lesões da pele) e devem ser trocadas e lavadas diariamente. Brinquedos também devem ser lavados com frequência. Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca, mas há estudos muito avançados e promissores em curso. A recomendação da pediatria é, reforçamos, a adoção de medidas profiláticas tanto do ambiente quanto pessoal, como descrito acima.
Olá, deixe seu comentário!Logar-se!