Em depoimento à Polícia Civil, E. S. S. abandona versão inicial, admite ter matado a companheira com múltiplos golpes de faca no pescoço e narra os momentos que antecederam o assassinato.

O mistério em torno do brutal feminicídio que abalou Maracaju chegou ao fim. Durante interrogatório na Polícia Civil, E. S. S., de 31 anos, confessou ser o autor do assassinato de sua companheira, D. DA S., de 42 anos. Em um depoimento frio e detalhado, ele abandonou a história que havia contado ao se entregar e descreveu como o crime foi motivado por "ódio e ciúmes", culminando em um ataque de extrema violência.
A confissão põe um ponto final na farsa criada por ele horas antes, quando se apresentou à Polícia Militar negando o crime e tentando incriminar uma suposta terceira pessoa.
A Confissão: Da Cerveja ao Ódio Fatal
Em seu depoimento, E. S. S. narrou o último dia de vida da vítima. Ele contou que os dois, que mantinham um relacionamento há cerca de nove meses, passaram a tarde de quinta-feira (20) consumindo bebida alcoólica em pelo menos dois bares da cidade. No retorno para casa, sofreram um pequeno acidente de motocicleta.
Já na residência, a situação se deteriorou. Segundo o autor confesso, D. DA S. chegou e pediu que ele fosse embora de casa. Enquanto ele juntava seus pertences em um carrinho de mão, a discussão fatal começou.
"Nesse momento, questionei a D. DA S. se ela iria sair com o cara do gol que a aguardava na via, e se iria 'dar pra ele'", relatou o autor à polícia. Ele afirmou que a vítima confirmou que ficaria com o outro homem na casa deles. "Diante da afirmação, movido pelo ódio, por ciúmes e por ter sido agredido anteriormente por ela, [...] tomei a posse de uma faca de serra que estava em cima de uma cama que fica na sala", confessou.
A Execução Brutal
O que se seguiu foi um ato de violência desmedida, que corresponde aos achados macabros da perícia no local do crime. "Passei [a faca] no pescoço dela, o que a levou ao chão", detalhou. Não satisfeito, ele continuou o ataque enquanto a vítima já estava caída e indefesa. "Quando D. DA S. estava no chão, deu três socos na cara dela, e vários golpes de faca no pescoço dela".
Imediatamente após o assassinato, ele pegou a carriola com seus pertences e fugiu, deixando um rastro de sangue e horror. A perícia já havia constatado que o golpe principal quase decapitou a vítima e que o assassino ainda tentou limpar parte do sangue da sala para apagar os vestígios antes de escapar.
A Queda da Mentira
A confissão destrói completamente a versão que E. S. S. apresentou ao se entregar na manhã de sexta-feira. Na ocasião, ele havia negado tudo, afirmando que um homem desconhecido em um Gol prata o ajudou a se mudar e permaneceu na casa com a vítima. Seu álibi, no entanto, já havia sido abalado quando seus documentos e celular foram encontrados em um local diferente do trajeto que ele alegou ter feito.
Com a confissão, E. S. S. está detido na Delegacia de Polícia Civil de Maracaju, à disposição da Justiça. Ele deverá responder pelo crime de feminicídio, qualificado pela crueldade e pelo motivo fútil.
Matéria Facebook...
Matéria Instagram...
Olá, deixe seu comentário!Logar-se!