Lojistas se comprometeram a disponibilizar álcool em gel e evitar aglomerações; prefeito da Capital, Marcos Trad diz que sociedade está consciente do risco .

Comércio abrirá com restrições, prefeito fala em contágio maior

Ainda sem decreto oficial, a Prefeitura de Campo Grande anunciou a reabertura do comércio varejista na segunda-feira (6). Apesar de os comerciantes se dizerem preparados para abrirem as portas em segurança, o prefeito Marcos Trad (PSD) afirmou que o número de infectados pelo novo coronavírus (Covid-19) deve aumentar.

“Com certeza, vai haver [aumento de casos] e a sociedade está consciente disso. Mas a própria sociedade quer assumir o risco. Por isso, nós não estamos fazendo nada sem orientação dos médicos e do Ministério da Saúde, e sim com protocolos de segurança. Se as pessoas tiverem consciência e utilizarem tudo aquilo que nós exararmos nos decretos, o índice de infectados vai ser bem reduzido”, considerou o prefeito de Campo Grande.

As entidades que representam o comércio em Mato Grosso do Sul explicam que as empresas terão de seguir as recomendações da prefeitura, do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).  

As lojas terão de disponibilizar álcool 70 para higienização das mãos e manter uma distância segura de 1,5 metro entre os consumidores, os ambientes deverão ser higienizados, entre outras medidas preventivas.

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), João Carlos Polidoro, explicou que o principal é evitar aglomerações. “As empresas deverão fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) para os colaboradores, disponibilizar e orientar sobre o uso de álcool e, quando possível, ter lavatórios com água e sabão. Além de manter o distanciamento recomendado entre as pessoas, redobrar a atenção com a higienização do ambiente, bem como estarem atentas às determinações dos decretos da prefeitura que regrarão os diversos setores que estiverem autorizados a abrir”, considera.

Segundo o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL-CG), Adelaido Vila, além dos protocolos, os empresários são orientados para reforçarem as informações. “As lojas vão estar com várias identificações com as medidas, garantindo o afastamento entre as pessoas. A CDL está orientando e disponibilizando as regras, estamos diretamente conectados com a Semadur, que está elaborando um estudo para que tudo ocorra de uma forma mais tranquila, tanto para o consumidor quanto para o empresário”, disse.

Economistas e comerciantes preveem baixo movimento 

Para que o número de infectados com a Covid-19 não aumente, os consumidores serão parte importante nessa conta. A economista do Instituto de Pesquisa da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, diz que dificilmente acontecerá uma corrida às lojas.

“A reabertura do comércio não implica necessariamente no retorno desses consumidores às compras. Antes mesmo do fechamento do comércio, o setor já tinha uma redução de 50% nas vendas, entre os dias 2 e 19 de março. Porque as pessoas são movidas por expectativas e o medo influencia nessas expectativas, então, não teremos necessariamente um aumento das vendas e uma recuperação do comércio. Para amenizar esse impacto, os empresários devem continuar trabalhando a venda a distância”, considerou Daniela.  

O presidente da Associação Comercial, João Carlos Polidoro, destacou que o consumidor está orientado a sair o mínimo possível de casa. “Porém, o comércio está mobilizado para que, quando as pessoas precisarem comprar algo, sintam-se em segurança. As empresas têm se preparado dia após dia para diminuir ao máximo os riscos de contágio, e acreditamos que o consumidor perceberá que os estabelecimentos estão preocupados com a saúde de todos e que querem continuar a atendê-los”, informou Polidoro.