Os dados são dos primeiros resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, foram divulgada pelo o IBGE.

Comer fora de casa consome um terço das despesas das famílias com alimentação
Famílias passaram a comer mais fora nas áreas rurais, mas hábito é maior no setor urbano. / Foto: Acervo IBGE

Comer fora de casa tem sido uma opção para cada vez mais pessoas. Do total das despesas das famílias brasileiras com alimentação, quase um terço (32,8%) é dedicado à refeições fora do domicílio.

Os dados são dos primeiros resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, foram divulgada pelo o IBGE.

Na comparação com os dados da pesquisa anterior, realizada entre 2008 e 2009, chama atenção o aumento da alimentação fora do domicílio da área rural, que pulou de 13,1% para 24%, ao passo que na área urbana ficou estável, por volta de 33%.

"É possível que haja uma mudança na área rural, como mais pessoas trabalhando fora ou mais mulheres no mercado de trabalho, por exemplo", comentou o gerente da pesquisa, André Martins.

"Com mais acesso ao mercado de trabalho, sobra menos tempo para o consumo no domicílio e a preparação dos alimentos", explicou.

Para a alimentação no domicílio, a distribuição dos alimentos adquiridos pode ilustrar essas mudanças de hábitos.

As despesas com cereais, leguminosas e oleaginosas, produtos associados ao preparo da comida em casa, vêm caindo ao longo do tempo, passando de 10,4%, em 2003, para 5% nesta última pesquisa.

O grupo de óleos e gorduras, que em 2003 contribuía para 3,4% das despesas com alimentação, agora chegou a 1,7%.

Por outro lado, a participação de alimentos preparados e bebidas ou infusões tem crescido ao longo das pesquisas.

"Este é um fator importante sobre a condição de nutrição das famílias, pois são produtos muito associados a consumo de açúcares, gordura e sódio", explicou André.

A alimentação fora do domicílio também é um fator de preocupação para a nutrição dos brasileiros. "Os nutricionistas veem com cautela essa questão, já que há mais chances de se consumirem alimentos de baixa qualidade nutricional, como lanches e fast food", disse o gerente da POF.

Um ponto positivo para o pesquisador é a estabilidade de alguns tipos de alimentos mais saudáveis, que podem ser consumidos em casa e dispensar o preparo, como as frutas, legumes e verduras.