Moradores chegaram a criar grupo no WhatsApp para trocar informações e clamam por policiamento.

A onda de roubos e furtos tem amedrontado os moradores do Jardim Noroeste, em Campo Grande. Andando pela região, não é difícil encontrar uma vítima ou quem conheça alguém que já foi assaltado no bairro. “É todo dia, ou um vizinho, conhecido ou comércio”, fala uma moradora que prefere não ser identificada. Diante da insegurança e para tentar se precaver, os moradores compartilham informações em um grupo de WhatsApp.
O medo é constante, até de sair de casa para coisas simples do dia a dia. “Quando a gente sai de casa, para ir no mercado ou padaria, tem que ser rápido, porque pode ser que a gente não encontre nada quando voltar”, lamenta a dona de casa Maria de Fátima, 43 anos, que mora na região há cerca de cinco anos.
A insegurança é a mesma sentida pela assistente de educação infantil, Marceli de Castro, de 31 anos. Moradora do bairro há mais de 10 anos, ela já foi vítima de bandidos duas vezes. “Da primeira vez, tive um prejuízo de quase R$ 2 mil. Eles entraram na minha casa, levaram as coisas que eu vendia, bicicleta, botijão de gás, ferramentas do meu esposo, além de fazerem uma bagunça e estourarem o portão”, lembra.
Já da segunda vez, uma semana depois, a casa foi alvo novamente. “Fizeram mais uma bagunça, reviraram o guarda-roupa atrás de dinheiro, mas eu estava chegando em casa e eles fugiram pulando o muro”, conta Marceli.
A história de Marceli se repete por todos os cantos do bairro. Andando pela região, a reportagem do Jornal Midiamax encontrou inúmeras vítimas. “Essa semana entraram na casa do meu filho, ele estava dormindo com o bebê pequeno e o cara estava armado”, conta a moradora Elisabeth de Souza Santos, de 51 anos.
Ela trabalha com serviços de limpeza e tem que sair de casa todas as manhãs. “Tem dias que a gente não quer ir, com medo de chegar em casa e não encontrar nada. Mas a gente precisa trabalhar”, lamenta Elisabeth.
Diante de tantos casos de roubos e furtos, a população se uniu e criou um grupo no WhatsApp, onde trocam informações, caso sejam vítimas ou até mesmo se há algum suspeito pela região. “Tudo que vemos de suspeito a gente joga no grupo, até mesmo se levaram algum objeto a gente avisa para se alguém saber que está sendo vendido avisar e assim vamos nos ajudando”, conta outro morador.
O pedido é para um olhar sensível na região e um policiamento maior. “Há pouco policiamento, pouca resposta aos casos, então tem vezes que a gente nem procura a polícia para registrar os crimes”, destaca.
No entanto, a Polícia Militar informa que o registro da ocorrência é essencial para que haja planejamento de ações, o que não está ocorrendo na região. "O que acontece, por muitas vezes, é que a população não registra na delegacia a ocorrência. A Polícia Militar trabalha com planejamento em cima de estatísticas. Então, se não há esse registro, o crime não entra para a estatística e entende-se que a região não está com alto indíce de roubos ou furtos", explica a capitã Thamara Moura, responsável pelas relações públicas do 9º Batalhão da PM.
Thamara ainda complementa que o 9º BPMMS possui cinco viaturas para atender a região urbana do Prosa, Jaraguari e Bandeirantes. Uma é de uso exclusivo do Jardim Noroeste. "Nós temos uma viatura exclusiva para atender o Noroeste. Continuamos com as rondas nas regiões de maior incidência criminal e para ter planejamento para cobrir a área precisamos das estatísticas", complementa.
Em Campo Grande, de 1º a 14 de julho de 2021, foram registrados 400 furtos e 126 roubos. No mesmo período do ano passado foram 415 furtos e 96 roubos. O aumento na incidência destes crimes é de 2,9%.
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