Alta foi puxada pelo aumento no preço do tomate, banana, leite, óleo de soja e carne bovina.

Com nova alta, Campo Grande tem a sétima cesta básica mais cara do País
O tomate foi o alimento com a maior alta em julho. / Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado

Em julho, a cesta básica apresentou alta de 1,04% em Campo Grande, e foi a sétima mais cara do País. De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), entre os produtos que puxaram o aumento do conjunto básico de alimentos estão o tomate com a maior variação, banana, leite integral, óleo de soja e carne bovina.  

O levantamento divulgado nesta quinta-feira (6) aponta que a cesta individual teve custo de R$ 479,79, aumento de R$ 4,78 em relação ao valor desembolsado para aquisição dos alimentos no mês de junho, que foi de R$ 475,01. É a segunda alta consecutiva, após queda de 8% no mês de maio, em junho o conjunto de alimentos aumentou 4,32%.  

O aumento no preço do conjunto de alimentos foi puxado pelo tomate que subiu 14,35% em julho, com preço médio de R$ 2,71 o quilo. As altas também foram registradas nos preços da banana (8,20%), leite integral (6,50%), óleo de soja (6,22%), café (0,82%) e carne bovina de primeira (0,23%).

Já os produtos com redução de preços em relação ao mês de junho foram: feijão carioquinha (-6,69%), manteiga (-5,32%), farinha de trigo (-3,57%), arroz (-2,31%), açúcar (-1,84%), pão francês (-0,45%) e batata (-0,32%).

Até o sétimo mês do ano, a cesta básica vendida em Campo Grande acumula alta de 6,60% e em 12 meses a variação é de 14,22%.

A cesta básica necessária para alimentar uma família, composta por dois adultos e duas crianças, também apresentou aumento no sexto mês do ano. Foram necessários  R$ 1.439,37, aumento de R$ 14,34 na comparação com os gastos percebidos por uma família em junho, de R$ 1.425,03.

Ainda segundo o Dieese, o percentual do salário mínimo líquido para compra dos produtos da cesta 49,64% (queda de 5,19 p.p em relação a junho).

Nacional

A pesquisa aponta que, em julho, os preços do conjunto de alimentos básicos, necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês, diminuíram em 13 capitais pesquisadas, incluindo as quatro do Sudeste e a maioria das localizadas no Nordeste. Em outras quatro cidades, o custo da cesta básica subiu.

Curitiba teve a cesta mais cara do mês, de R$ 526,14, com alta de 3,97%. São Paulo teve o segundo maior valor, onde a cesta custou R$ 524,74, com variação negativa de -4,07% na comparação com junho.  

Com base na cesta mais cara, que, em julho, foi a de Curitiba (R$ 526,14), o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 4.420,11, o que corresponde a 4,23 vezes o mínimo vigente de R$ 1.045,00. O cálculo é feito considerando uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.

O conjunto de alimentos com o menor valor foi encontrado em Aracaju, ao custo de R$ 392,75. Campo Grande registrou a sétima cesta mais cara do País.  

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em julho, foi de 98 horas e 13 minutos, menor do que em junho, quando ficou em 99 horas e 36 minutos.

Itens  

Os preços do leite integral e da manteiga tiveram aumento em 16 e 12 capitais, respectivamente. As elevações nos valores do leite variaram entre 1,07%, em Florianópolis, e 12,05%, em Goiânia. O preço da manteiga ficou entre 0,04%, em Goiânia, e 4,17%, em Curitiba. A disponibilidade restrita de leite no campo resultou em alta dos derivados lácteos.

O valor do óleo de soja apresentou alta em 15 capitais, com destaque para Campo Grande (6,22%), Curitiba (4,50%) e Rio de Janeiro (4,31%). Não houve variação no preço em João Pessoa e, em Salvador, foi registrada queda de -0,23%. As demandas interna e externa têm elevado as cotações da soja e derivados.

O preço médio do arroz agulhinha ficou mais alto em 14 capitais, com destaque para Aracaju (12,18%), Rio de Janeiro (6,11%) e Curitiba (5,96%). Em Porto Alegre (-0,89%), Belo Horizonte (-1,46%) e Campo Grande (-2,31%), o custo recuou. O aumento se deve aos baixos estoques do cereal.

O preço do feijão recuou em 12 capitais. O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, variou entre -1,27%, em Aracaju, e -15,44%, em Belém. Apenas em Natal (0,69%) e Brasília (4,93%) houve elevação do valor médio. Já o custo do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, subiu nos municípios sulistas - com destaque para Curitiba (8,54%) – e diminuiu no Rio de Janeiro (-0,12%) e em Vitória (-1,03%). O início da colheita da terceira safra de feijão carioquinha e a fraca demanda interna ocasionaram a queda nos preços. No caso do feijão preto, o fim da safra no Brasil e a necessidade de importação de outros países encareceram o produto.

A batata, pesquisada no Centro-Sul, teve o custo reduzido em todas as cidades. As quedas oscilaram entre -0,32%, em Campo Grande, e -36,35%, em Belo Horizonte. Com o avanço das safras e, consequentemente, maior oferta do tubérculo, os preços caíram.