Com o início do outono e temperaturas mais baixas, a expectativa do aumento da circulação do vírus H1N1 aumenta em todo o país. Mato Grosso do Sul ainda enfrenta variações maiores de temperatura, o que o coloca uma situação de risco ainda mais suscetível ao aumento de casos.

Conforme o médico infectologista Ronaldo Costa isso ocorre porque o estado atravessa pelo Trópico de Capricórnio. “Como o Trópico de Capricórnio atravessa o nosso Estado, temos grandes variações climáticas e, por isso, estamos em uma situação de risco, mais suscetíveis ao aumento de casos”, alerta.

Ele pontua que para o estado não enfrentar a epidemia de 2009, que causou 26 mortes pelo vírus H1N1, segundo dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde), e teve grande repercussão na saúde das pessoas e sobrecarga da rede de serviços de saúde, tanto no estado, como no mundo inteiro, é preciso se preparar. Em 2014, no segundo maior surto enfrentado peloe stado foram registradas 21 mortes.

Neste ano, em janeiro, Mato Grosso do Sul registrou o primeiro e único caso até agora de morte por gripe H1N1, em Corumbá. A região também é responsável por 44 dos 60 casos notificados de gripe no Estado, entre os dias 1 de janeiro e 16 de março. Campo Grande aparece com 11, segundo boletim epidemiológico da SES. No documento, também constam as cidades de Ponta Porã, com três casos, Ladário e Caarapó, ambos com um único caso cada um.

O médico Ronaldo Costa ainda afirma que os hospitais públicos de Mato Grosso do Sul não estão preparados para receber os pacientes infectados com o vírus H1N1. Ele diz que normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinam que os hospitais devem oferecer quartos de isolamento respiratório com pressão negativa para os pacientes com suspeita ou confirmação de infecção por Influenza A (H1N1). A medida é necessária para evitar contaminação de funcionários e pacientes. “É preciso ter hospitais adequados a isso em todas as regiões do Estado”, frisa.

Os grupos prioritários que têm direito à vacina contra a gripe pelo SUS (Sistema Único de Saúde) são crianças de 6 meses a 4 anos, gestantes, idosos, indígenas, população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional e profissionais da saúde. Os critérios para definição dos grupos de maior risco são construídos a partir da investigação do perfil dos casos graves e dos casos de óbito por gripe, traçando o perfil de pessoas com mais chances de desenvolver complicações.

Além disso, outras precauções devem ser tomadas pelas pessoas já infectadas pelo vírus para evitar a propagação, como a higienização das mãos, utilização de lenços de papel para espirrar, evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca e evitar partilhar objetos de uso pessoal, como copos e toalhas.