Projeto de lei institui Parada LGBT no calendário de eventos da cidade

Com consenso entre entidades e prefeito, ‘Parada LGBT’ volta à Câmara

Depois da polêmica entre os vereadores na aprovação do projeto de lei que institui no calendário de eventos da cidade a ‘Parada da Cidadania LGBT e Show da Diversidade’, o projeto foi vetado pelo prefeito Marcos Trad (PSD), nesta sexta-feira (1°). Mas, a ação não causou mal-estar com o movimento LGBT, já que o projeto inicial previa que a Prefeitura organizasse o evento. Município e o movimento LGBT concordaram com a volta do projeto à Casa de Leis para que a organização passe a ser dos movimentos LGBT's.

Antes de esclarecer a situação, chegou-se a especular que o prefeito tivesse tido desentendimento com vereadores sobre o veto ao projeto. Nesta manhã, em agenda pública, ele revelou que foi à Câmara para explicar aos vereadores o porquê do veto. Nesta sexta-feira, ele se reuniu também com representantes do segmento.

Segundo Trad, o projeto vetado onera o município, já que coloca a Prefeitura como responsável por coordenar e organizar o evento, que deveria acontecer sempre no 3º sábado de setembro. Ele afirmou que não vai aprovar projetos nesse sentido de nenhum segmento. “Não é justo, além do mais (o país) está em crise (econômica)". O prefeito citou como exemplo que vetou a Semana do Autista, também acarretava gastos para Prefeitura.

Segundo ele, o Projeto da Macha para Jesus, aprovado em 2003 por Puccinelli, e que entrou no calendário oficial todo dia 26 de agosto, tem a organização sob responsabilidade dos evangélicos.

“Não existe isso de preconceito”, frisou. Segundo o Chefe do Executivo, se fica à cargo da Prefeitura ela que decide toda organização, inclusive a realização ou não. “Se entra outro prefeito radical, ele pode proiber de fazer”, exemplificou Trad.

O presidente do Fórum Estadual LGBT, Diego Apolo, ratificou as informações do prefeito. “O projeto inicial foi da Cris Stefany e colocava a ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul) como responsável pela organização. Mudaram isso na Câmara, e ele [o prefeito] não podia vetar só parte do projeto”.

Segundo Apolo, as associações que defendem os direitos LGBT concordaram com o veto, por entender que a organização deve ficar com os movimentos e a Prefeitura de Campo Grande entrar com apoio durantes a realização. “Para nós do movimento, não é interessante que a responsabilidade da organização fique com a Prefeitura, pois isso, podemos fazer com as nossas entidades. A Prefeitura fez o compromisso de entrar com apoio”, diz.

Conforme o representante, a previsão é de que a Parada LGBT deste ano seja realizada no dia 24 de novembro, sendo organizada pela ATMS, sem a ajuda da Prefeitura e com recursos destinados pelo governo do Estado. “A Prefeitura alega que não tem recursos este ano para nos ajudar com alguns insumos como som, iluminação e uma ou duas bandas, como era antes. Ofereceram apenas apoio institucional. Segundo ele [o prefeito], não teve apoio da Prefeitura a nenhum evento desta natureza”.