Cólicas, diarreia e dor na relação sexual podem ser sinais de endometriose
Endometriose acomete de 10 a 15% das mulheres em idade fértil / Foto: Reprodução/Facebook

Quando uma mulher apresenta sintomas gastrointestinais, como constipação, cólica aguda e diarreia, ela pode estar com um tipo de endometriose cujo alcance vai além da área pélvica (região do abdômen). É a chamada endometriose intestinal. 

Neste tipo de endometriose, doença que ocorre apenas nas mulheres, a inflamação decorrente do acúmulo de tecido vindo do útero atinge o intestino, conforme afirma Rubens Gonçalves Filho, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim.

— Quando a mulher menstrua, parte das células do endométrio é eliminada na menstruação. No entanto, em alguns casos, essas células migram para outras partes do corpo formando nódulos, resultando na endometriose.

Ao atingir o intestino, o médico afirma que a doença também pode provocar dores e distensões abdominais relacionadas ao período menstrual e, em casos mais graves, sangramentos retais e obstruções intestinais. 

— A endometriose intestinal pode ser tratada com medicamentos ou cirurgia. Dependendo da gravidade é necessário cauterizar o local afetado do intestino ou até remover a parte do órgão doente”, explica o especialista. 

Em geral, segundo o especialista, a endometriose acomente de 10% a 15% das mulheres em idade fértil, sendo mais frequente na faixa-etária dos 30 aos 40 anos.  O peritônio, membrana que envolve a face interna do abdômen, é a região mais afetada pela doença, seguido pelo ovário, bexiga e intestino. 

Outro prejuízo ocasionado que pode ser ocasionado pela doença, independentemente da região da inflamação, é a infertilidade. De acordo com o ginecologista, metade das mulheres diagnosticadas com endometriose apresentam problemas para engravidar devido a falhas na ovulação, obstrução das trompas e entre outros fatores. 

— O diagnóstico precoce da endometriose é fundamental para reverter o quadro. Mulheres com dores pélvicas e abdominais frequentes ou com piora ao longo do tempo, relacionadas ou não ao período fértil, devem ficar atentas e procurar ajuda médica. 

Outros sintomas que merecem atenção, em qualquer local em que ocorre a doença, são as cólicas menstruais intensas e dor durante as relações sexuais. A consulta a um ginecologista é fundamental para o diagnóstico da doença e orientação sobre o tratamento.