Político é apontado pelo Gaeco como chefe de organização criminosa que desviou milhões da prefeitura do interior

Ex-secretário de Fazenda de Sidrolândia e ex-vereador pelo PSDB em Campo Grande, Claudinho Serra completa hoje um mês atrás das grades. Ele foi preso novamente na 4ª fase da Operação Tromper, do Gaeco, que derrubou esquema de desvios milionários na prefeitura da cidade localizada a 70 km de Campo Grande.
Aliás, a nova investida das autoridades contra o esquema de corrupção chefiado por Serra atingiu diretamente o núcleo familiar do político. O pai, Cláudio Jordão de Almeida Serra e a esposa, Mariana Camilo de Almeida Serra – filha da ex-prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo – foram indiciados.
Veja abaixo todos os indiciados na 4ª fase da Tromper:
Claudio Jordão de Almeida Serra Filho (preso) – apontado como o chefe do esquema
Claudio Jordão de Almeida Serra – pai de Claudinho
Mariana Camilo de Almeida Serra – esposa de Claudinho
Carmo Name Júnior (preso) – assessor de Claudinho
Jhorrara Souza dos Santos Name – esposa de Carmo Name
Cleiton Nonato Correia (preso) – empreiteiro, dono da GC Obras
Thiago Rodrigues Alves – intermediário de propinas entre as empreiteiras GC/AR e grupo de Claudinho
Jéssica Barbosa Lemes – esposa de Thiago
Valdemir Santos Monção (Nanau) – ex-assessor parlamentar
Sandra Rui Jacques – empresária e esposa de Nanau
Edmilson Rosa – Empresário
Ueverton da Sila Macedo (Frescura) – empresário
Juliana Paula da Silva – esposa de Ueverton
Rafael de Paula da Silva – cunhado de Ueverton
Ao aceitar a denúncia, o juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva pontua que “a investigação revelou a existência de um esquema criminoso estrutural e organizado, composto por núcleos distintos, que atuavam de forma independente, com divisão clara e coordenada de tarefas”.
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Justiça negou habeas corpus
Logo após a prisão de Claudinho, o advogado Thiago Bunning entrou com pedido de habeas corpus pedindo a liberdade do político.
No entanto, no dia 11 de junho, o pedido foi negado liminarmente (provisoriamente). Agora, Claudinho aguarda o julgamento do mérito pelo TJMS.
A reportagem acionou a defesa de Claudinho para comentar sobre o HC, mas não obtivemos resposta até esta publicação. O espaço segue aberto para posicionamento.
Enquanto isso, Serra está em presídio ‘famoso’ por receber acusados de corrupção, no Centro de Triagem “Anísio Lima”, no complexo prisional do Noroeste, saída para Três Lagoas.
Nova prisão de Claudinho Serra
Claudinho Serra saiu do prédio em viatura descaracterizada. (Helder Carvalho e Arquivo, Jornal Midiamax)
O ex-vereador Claudinho Serra (PSDB) é um dos alvos dos mandados de prisão e de busca e apreensão. Ele foi preso em seu apartamento na manhã do dia 5 de junho, em prédio de luxo no Jardim dos Estados, em Campo Grande.
Claudinho chegou a ir para a prisão na 3ª fase, em abril de 2024, ficou 23 dias em reclusão e saiu com tornozeleira eletrônica. Entretanto, a defesa dele, feita pelo advogado Tiago Bunning, alega que não existem motivos para uma nova prisão.
“Está sob monitoramento eletrônico, fazendo uso de tornozeleira desde 26/04/2024, ou seja, há 14 meses. Neste período, não foi comunicada a prática de crime e não houve violação das medidas cautelares. Não existem motivos para nova ordem de prisão”, diz nota.
4ª fase da Operação Tromper
O MPMS deflagrou a nova fase da operação após investigação descobrir que o esquema criminoso chefiado por Claudinho continuou mesmo após as fases anteriores.
Assim, essa nova etapa visa ao aprofundamento das investigações, que miram em fraudes em licitações e contratos administrativos da Prefeitura de Sidrolândia.
Além disso, são contratos milionários com empresas atuantes no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 20 milhões.
Entretanto, o grupo apurou que a organização criminosa permaneceu ativa mesmo após a deflagração das operações anteriores e a aplicação de medidas cautelares.
Nessa nova fase, foram reunidos diversos elementos que comprovam o pagamento de enormes quantias de propina a agentes públicos. Ainda, os crimes de ocultação e dissimulação da origem ilícita de valores provenientes dos crimes antecedentes também foram descobertos.
As novas ‘batidas’ do braço investigativo do MP acontecem dois anos após a Tromper; ou seja, de lá para cá, foram três fases da operação, que revelou esquema de desvios milionários em contratos públicos na Prefeitura de Sidrolândia.
Claudinho Serra ocupou cargo de secretário de Fazenda, durante a gestão da sogra, a ex-prefeita Vanda Camilo. Faziam parte do grupo empresários e servidores, além do político.
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