Casos de malária sobem 35% em 1 ano e Saúde culpa crise no interior
Casos de malária aumentam no interior do Acre / Foto: Reprodução/Roraima TV

Em epidemia de malária há 10 anos, Cruzeiro do Sul fechou 2016 com um aumento de 35% dos casos da doença em relação a 2015. No total, foram registrados 18.699 casos de malária em 2016 contra 13.806 no ano anterior. O setor de Endemias da cidade ligou os altos números à crise financeira dos estados e cidades, que teria desmotivado os agentes da pasta que tiveram contratos vencidos em março.

Mesmo com o aumento, o gerente do setor de Endemias na cidade, Hélio Cameli, se mostra otimista e diz que espera diminuir o número de casos em 2017.

"Em dezembro, tivemos uma redução de 24% em relação a novembro. Isso mostra que a gente pode esperar uma redução também em janeiro e buscar redução em 2017”, garante.

Para isso, o setor lançou uma plano emergencial com algumas medidas que devem ajudar na redução dos casos.  "Estamos fazendo um plano emergencial para implantar algumas ações que deixaram a desejar em 2016. Estamos aguardando a contratação de 73 agentes e 14 supervisores de campo para poder intensificar mais as ações. A Secretaria de Saúde deve fazer a contratação ainda este mês”, explica.

Cameli acredita que a crise financeira foi um dos principais motivos para a proliferação da doença por ter descontinuado as ações de combate à malária.

"Tivemos demora nas licitações. Em alguns meses, faltou combustível para as ações e a desmotivação dos agentes que tiveram seus contratos vencidos em março e foram renovados por mais 90 dias. Eles receberam em dia, mas causou constrangimento nas pessoas que estavam trabalhando sem a segurança de terem o trabalho garantido”, finaliza.

Falta de medicamentos
A cidade também sofreu por mais de dois meses com a falta do medicamento Primaquina, usado para tratar a malária. Porém, nesta semana, a Saúde informou que recebeu 60 mil comprimidos, que foram distribuídos entre Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima.

O gerente de Endemias, Hélio Cameli, destacou que o remédio foi enviado pelo Ministério da Saúde, por meio de um empréstimo da Organização Pan-Americana de Saúde. Ela ressaltou que a expectativa é que o envio do medicamento seja normalizado para o estado do Acre.