Nesta quarta-feira (26), foi realizado o júri popular do casal acusado de matar Leandro Luciano Antunes de Lima, conhecido como Milão, morador de rua popular em Mundo Novo, município na região Sul do Estado. O crime ocorreu em março de 2024 e provocou grande comoção social à época.

Casal que matou morador de rua é condenado a 44 anos de prisão
Nesta quarta-feira (26), foi realizado o júri popular do casal acusado de matar Leandro Luciano Antunes de Lima / Foto: Foto: Divulgação

Nesta quarta-feira (26), foi realizado o júri popular do casal acusado de matar Leandro Luciano Antunes de Lima, conhecido como Milão, morador de rua popular em Mundo Novo, município na região Sul do Estado. O crime ocorreu em março de 2024 e provocou grande comoção social à época.

Os réus Daiane Augusto de Oliveira Spanserski e José Carlos Liandro foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul e pronunciados pelo Poder Judiciário pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, pelo meio cruel e mediante dissimulação, além do crime de tortura.

Ao final do julgamento, Daiane foi condenada à pena de 26 anos e 7 meses de reclusão, enquanto José Carlos recebeu a pena de 18 anos de reclusão, somando mais de 44 anos, juntos.

O júri popular foi conduzido pelo promotor de Justiça Paulo da Graça Riquelme de Macedo Júnior, titular da Segunda Promotoria de Justiça de Mundo Novo, e presidido pela juíza Mayara Luiza Shaefer Lermen, da Primeira Vara da Comarca de Mundo Novo. A ré Daiane foi defendida pela Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul, enquanto o réu José contou com a atuação de três advogados particulares.

O plenário do Tribunal do Júri ficou lotado, reflexo da forte repercussão do caso e da popularidade da vítima junto à comunidade local.

Durante a sessão, ganhou especial destaque o trabalho investigativo da Polícia Civil de Mundo Novo, responsável pelas prisões em flagrante e pela condução de uma investigação considerada complexa e minuciosa. A principal testemunha de acusação foi o delegado Alex Junior da Silva, responsável pelas investigações, que prestou depoimento por cerca de uma hora e vinte minutos, detalhando todas as etapas do trabalho policial.

Em seu relato aos jurados, o delegado explicou a elucidação do crime a partir da análise de imagens de câmeras de segurança, da realização de perícias técnicas, da coleta de provas materiais e da oitiva de diversas testemunhas, elementos que culminaram no indiciamento dos investigados pelos crimes de homicídio e tortura.

Além dele, também foi ouvido em plenário o investigador de polícia Fernando Maikon Soares, que participou diretamente das investigações e corroborou os elementos probatórios produzidos pela equipe policial.

Durante o julgamento, foram exibidas imagens da execução do crime, que chocaram o público presente em razão dos requintes de crueldade empregados contra a vítima, reforçando a gravidade dos fatos apreciados pelo Conselho de Sentença.

O crime ocorreu na madrugada do dia 17 de março de 2024, quando o casal ofereceu carona à vítima e a levou até uma estrada vicinal, nas proximidades da fronteira com o Paraguai. No local, Leandro foi brutalmente agredido com socos e chutes e atingido por cerca de 14 golpes de faca, que atingiram o tórax e o pescoço, causando seu esgorjamento e morte. Antes de matarem a vítima, os autores a submeteram a intenso sofrimento físico e psicológico, torturando-a e obrigando-a a confessar um suposto abuso sexual que teria ocorrido quando Leandro tinha apenas 12 anos de idade.

Assim que tomou conhecimento dos fatos, a Polícia Civil iniciou imediatamente as diligências e, em menos de seis horas, conseguiu identificar, localizar e prender os autores em flagrante.

O resultado do júri popular evidencia a efetividade do trabalho técnico, célere e aprofundado da Polícia Civil de Mundo Novo, cuja atuação foi decisiva para a responsabilização penal dos acusados e para a aplicação de penas expressivas, compatíveis com a extrema gravidade dos crimes praticados.