A arquiteta Juliana Bandeira, tutora de Bolt, afirma que o animal caiu pelo vão da tela de proteção da sacada do apartamento, que teria sido deixada frouxa durante o serviço de pintura no prédio.

A voz embarga e a lágrima cai toda vez que a arquiteta Juliana Bandeira se lembra da tragédia que custou a vida do seu cãozinho, Bolt. Na noite da última terça-feira (14), o cachorro, da raça Spitz alemão, caiu do 12º andar do prédio onde ela mora, na Rua 15 de Novembro, no Centro de Campo Grande
Segundo Juliana, Bolt caiu pelo vão da rede de proteção da sacada, que teria sido deixada frouxa pela equipe que fazia a pintura do edifício.
Juliana conta que o cãozinho tinha o hábito de ficar no parapeito da sacada, encostado na rede de proteção. O cantinho do animal ganhou até um apelido especial: “fuxico”.
“Ele sempre gostou muito de ficar ali no peitoral, porque é pedra, é geladinho, batia um vento, tinha movimento, ele amava ficar lá”, comenta.
A arquiteta relata que uma empresa realiza serviços de pintura no prédio há alguns dias. Recentemente, os moradores foram informados que as telas das janelas seriam retiradas para a obra, mas não houve nenhum aviso sobre manutenção nas telas da sacada, segundo Juliana.
Ao chegar em casa depois de uma caminhada, na terça-feira à noite, Juliana foi recebida com “festa” por Bolt e logo em seguida foi para a varanda com o cãozinho. Em questão de minutos, o pior aconteceu.
“Eu coloquei e sentei ali, no sofá que tem do lado, bem no muro da varanda, no peitoral. Coloquei ele lá. A tela estava ali. Peguei meu telefone e tinha o hábito de passar a mão para trás assim, para fazer carinho nele, e numa dessas eu não senti ele”, conta.
Atordoada, Juliana diz que chegou a se questionar se, de fato, teria ido com o Bolt para a varanda.
“Eu saí correndo desesperada pela casa, gritando. Quando chamávamos, ele vinha correndo, mas ele não veio. Então, voltei até a tela, coloquei minha cabeça e vi que a tela estava frouxa. Eu não tinha percebido antes porque estava de noite”, lembra Juliana, chorando.
Bolt caiu do 12º andar do prédio. Não se sabe a quantos metros o apartamento da arquiteta está do térreo. No entanto, estimando a altura média de 3 metros por andar residencial, a queda pode ter sido de aproximadamente 36 metros.
Quando Juliana chegou ao térreo, já encontrou o cãozinho morto.
“Aí eu o peguei no colo para ver se ele estava vivo, e então caí no chão junto com ele. Fiquei ali, acho que uns 20 minutos, sem conseguir acreditar, em um momento de desespero, sem reação”, diz Juliana.
Bolt tinha 6 anos e era o xodó da família. Lembrar da perda do cãozinho gera um misto de tristeza e revolta. Juliana conta que recebeu diversas manifestações de carinho e pesar dos moradores, mas nenhum posicionamento da administração do condomínio. Ela quer explicações e que medidas sejam tomadas para que episódios como esse não se repitam.
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