O pedido de investigação aponta que na confusão do dia 9 de dezembro ela teria desrespeitado um servidor da Câmara dos Deputados Federais.

Camila Jara reage a acusações e diz que agiu para proteger jornalistas durante confusão
Camila Jara é denunciada por quebra de decoro parlamentar. / Foto: Reprodução Instagram

A deputada federal Camila Jara (PT) afirmou receber “com indignação” a representação apresentada pelo Partido Novo ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que pede a abertura de processo disciplinar contra ela por suposta quebra de decoro parlamentar durante sessão realizada no dia 9 de dezembro de 2025.

Em nota divulgada após a formalização do pedido, a parlamentar negou as acusações e afirmou que o episódio ocorreu em meio a um “tumulto generalizado” no plenário, com registros de violência física. Segundo Camila, sua atuação teve como objetivo proteger jornalistas e colegas parlamentares que, de acordo com seu relato, estavam sendo agredidos por policiais legislativos.

“Agir para conter agressões e proteger pessoas não pode ser distorcido como conduta violenta. Atribuir a mim esse tipo de atitude ignora o contexto dos fatos e, antes disso, os próprios fatos. Seria estória e não história”, declarou a deputada.

Camila Jara também afirmou que sempre pautou sua atuação pelo respeito institucional, pela defesa da democracia e pela valorização dos servidores do Parlamento. Segundo ela, a representação apresentada pelo Novo desconsidera completamente o cenário de confusão que marcou a sessão e tenta responsabilizá-la de forma isolada por um episódio mais amplo.

Pedido do Novo

O Partido Novo acusa a deputada de ter agredido fisicamente o secretário-geral da Mesa da Câmara, Lucas Ribeiro Almeida Júnior, ao supostamente empurrá-lo, apontar o dedo em seu rosto e proferir ofensas verbais. O episódio teria ocorrido durante uma confusão no plenário, após o deputado Glauber Braga (PSol) assumir a presidência dos trabalhos de forma considerada irregular e se recusar a transferi-la ao deputado Carlos Veras (PT).

Na representação, o Novo sustenta que a conduta atribuída à parlamentar viola princípios do Código de Ética e Decoro Parlamentar, especialmente aqueles relacionados à urbanidade e ao respeito no trato com servidores da Casa. O partido também menciona um episódio anterior, ocorrido em agosto de 2025, envolvendo a deputada e o deputado Nikolas Ferreira (PL), apontando possível reincidência.

O pedido apresentado ao Conselho de Ética solicita, em caso de confirmação das acusações, a perda do mandato de Camila Jara. De forma alternativa, o partido requer a suspensão do exercício do mandato por seis meses.

Ainda na nota, a deputada disse estar confiante de que a apuração dos fatos demonstrará que não houve quebra de decoro. “Seguirei exercendo meu mandato com firmeza, focada no interesse público e em defesa da democracia”, afirmou.