Conversas sobre a união dos partidos começou nas executivas nacionais, mas lideranças não acreditam que dê certo até porque MS tem candidatos opostos ao governo.

Caciques do PSDB e MDB de MS descartam federação para eleições de 2022
Caciques do PSDB e MDB não acreditam em tempo hábil para federação. / Foto: Wesley Ortiz, Jefferson Rudy, Christopher Goodney

Caciques do PSDB e MDB de Mato Grosso do Sul descartam que haja tempo dos dois partidos firmarem uma federação ainda para as eleições de 2022. A conversa foi levantada há alguns dias pelo presidente do PSDB, Bruno Araújo, que procurou o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi para iniciar conversas e tentar a união. 

Porém, lideranças regionais não creem que a ideia prospere, como é o caso do  presidente do MDB/MS Junior Mochi. Para ele, a federação é um assunto que precisa de mais tempo para ser discutido, por isso, nas eleições deste ano não dará certo. Ele crê que para que duas siglas ou mais consigam alinhar a federação é necessário ao menos seis meses de conversas.

“Não vou dizer que é impossível, mas é improvável que aconteça porque se trata de dois partidos grandes, com grandes lideranças e com capilaridade. Eu acho difícil essa ideia prosperar”, disse ele que também indica que os diretórios regionais que devem ser ouvidos.

André e Riedel juntos?
Uma das obrigações das siglas que implementam a federação é que os partidos permaneçam “unidos” por quatro anos, permanecendo sua independência em seus estatutos, nomes e fundo partidário. 

Porém, o acerto exige que os partidos entrem em acordo para lançar candidaturas únicas nacionalmente (para Congresso e Presidência) e nos estados (governo estadual, prefeitura, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais).

Isso implicaria em hipótese de dar certo, em uma série de dobradinhas como: Simone e Doria na chapa presidencial, e no caso de MS teria a chapa de governo com Eduardo Riedel e André Puccinelli. 

Essa regra é vista como  um obstáculo nos diretórios regionais de todo o país, pois a existem divergências locais sobre candidatos a serem indicados  e apoio na corrida presidencial. 

Para Mochi, é quase impossível essa conjectura entre PSDB e MDB no Estado. 

“Temos dois pré-candidatos dos partidos que são figuras muito importantes para as legendas e que dificilmente recuam internamente em detrimento disso. O André mesmo que é do meu partido está convicto ao governo. O MDB estadual já trabalha fortemente para montar as chapas de deputados estaduais, deputados federais e articulando os papéis para esta eleição. Como esse assunto de federação está só em conversações eu não estou muito preocupado com isso.” 
Sobre o assunto, o governador Reinaldo Azambuja, disse ao colunista Bosco Martins, que não acredita que a ideia prospere a tempo. 

O que diz Simone
A senadora Simone Tebet pré-candidata à presidência, afirmou que a discussão é saudável, mas, assim como Mochi do MDB, enxerga que não há tempo para esse arranjo.

“Fui consultada e dei sinal verde para essa conversa com o PSDB. Apesar da dificuldade, acho difícil essa possibilidade porque teria que ter acordo até dia 2 de março para firmar essa federação. Mas concordamos que tem de haver aval das regionais, mas é quase impossível, pois aqui mesmo no Mato Grosso do Sul temos duas candidaturas dos partidos ao Governo do Estado.”