Segundo a Polícia Civil, o cachorro foi entregue para o dono, que mora em uma chácara e se prontificou a cuidar do cão.

Cachorro que matou criança vai para chácara e caso é tratado como “fatalidade”

Cinco testemunhas do caso da criança de 3 anos atacada até a morte por um cachorro vira-lata (mistura de rotweiller e outras raças), na última terça-feira (dia 16) em Campo Grande, já foram ouvidas pela Polícia Civil. Segundo a delegada Marília de Brito Martins, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), os elementos preliminares colhidos até agora apontam para uma fatalidade.

Foram ouvidos uma parente da criança que mora na casa onde ocorreu o acidente, o proprietário do cachorro, o vizinho que ajudou a socorrer o menino, além de Rosângela Mendonça, de 43 anos, e Ericka Mendonça Prates, de 18 anos, avó e mãe da criança.“O caso continua registrado como morte a esclarecer. Todos foram ouvidos como testemunha. Só no decorrer da investigação será apontado autoria ou não”. Mais testemunhas serão ouvidas nos próximos dias.

Segundo a delegada, o cachorro foi entregue para o dono, que mora em uma chácara e se prontificou a cuidar dele. Marília disse que o animal apresentou comportamento calmo quando a equipe policial esteve na casa e não havia motivos para o recolhimento. “Foi feita a entrega ao dono, até para evitar que alguém matasse o cão. Porque seria outro crime”, explicou.

Marília explicou que serão feitas outras diligências. Dependendo o caso ainda pode caminhar para homicídio culposo, quando não há intenção de matar, abandono de incapaz ou omissão de cautela.

Caso - O menino Myckael Mendonça de Andrade, 3 anos, saía da casa de uma prima ao lado da mãe quando foi mordido inúmeras vezes. O menino teve afundamento de crânio e sobreviveu menos de uma hora após ser ferido. A tragédia aconteceu no Bairro Cristo Redentor.

Para que o animal soltasse o menino, primeiro a dona da casa usou uma vassoura, depois o vizinho, chamado pela mãe, usou uma enxada. Só aí a criança foi solta pelo cão, já bastante ferida. Antes mesmo da chegada do socorro do Corpo de Bombeiros, o vizinho levou a criança para o CRS (Centro Regional de Saúde) do Bairro Tiradentes, por volta das 10h. Por 45 minutos, a equipe tentou salvar Myckael, mas ele havia perdido muito sangue e não resistiu.