Verba de R$ 54 milhões vai para fábricas que produzem vacinas de difteria e tétano adulto (dT); difteria e tétano infantil (DT); difteria, tétano e pertussis (DTP) e hepatite B. Produção estava parada desde 2012.

 Butantan receberá verba federal para retomar produção de 4 vacinas
Butantan receberá verba federal para retomar produção de 4 vacinas / Foto: Michael Buholzer/Reuters

O Ministério da Saúde firmou uma parceria com o Instituto Butantan para fornecer uma verba de R$ 54 milhões que deverá ser aplicada na modernização das fábricas do instituto que produzem vacinas contra difteria, tétano, coqueluche (pertussis) e hepatite B.

A produção dessas vacinas estava interrompida desde o final de 2012 por causa da necessidade de readequacões das fábricas às novas exigências de Boas Práticas de Fabricação pela Anvisa, estabelecidas em 2010.

Com as obras de readequação, o instituto deve retomar a produção de quatro vacinas: de difteria e tétano adulto (dT); difteria e tétano infantil (DT); difteria, tétano e pertussis (DTP) e hepatite B

Desenvolvimento de novas vacinas
 
Além de retomar a produção de vacinas já existentes, a parceria também vai permitir a produção de doses para testes em humanos de uma vacina inédita desenvolvida pelo Butantan: a vacina de coqueluche celular de baixa toxicidade, que vem sendo chamada de pertussis low.

Hoje existem dois tipos de vacina contra coqueluche: celular e acelular. No Brasil, crianças recebem a acelular, que tem menos efeitos colaterais, e adultos recebem a celular. A Europa usa a versão acelular também para adultos. Mas ela tem se mostrado ineficaz a longo prazo.

O diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, explica que a vacina atualmente em desenvolvimento será tão eficaz quanto a vacina celular hoje disponível, mas terá menos efeitos colaterais associados. "O que fizemos foi um processo industrial em que a gente diminui a toxicidade da bactéria e pode utilizá-la tanto para criança quanto para adulto, conferindo proteção por muito tempo." Segundo Kalil, esta vacina é inédita no mundo e é aguardada pela comuniade internacional.

A verba também vai permitir a retomada de um projeto de desenvolvimento de uma vacina nacional pentavalente - contra difteria, tétano, coqueluche, e Haemophilus influenzae tipo b (Hib) - em parceria com Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).