"O Brasil estaria já segurando maiores taxas de investimento e crescimento futuro. Nos deixaram fazer só pela metade", disse.

O ministro da Economia, Paulo Guedes. / Foto: ADRIANO MACHADO/REUTERS - 23.11.2021

Nesta terça-feira (7), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Brasil é "prisioneiro de uma armadilha de crescimento zero", criticou a reforma da Previdência aprovada há dois anos e voltou a dizer que o caminho para o desenvolvimento do país é o setor privado.

"O Brasil cresceu 0% nos últimos dez anos. Então é uma longa história de um modelo que deu errado e foi aterrizando até parar. O Brasil é hoje prisioneiro de uma armadilha de crescimento zero", disse Guedes em evento realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

"Esse foi o Brasil que nós encontramos, e a nossa proposta é de reindustrializar o país. Vamos abrir a economia brasileira e transformar o capital institucional com todos esses marcos regulatórios", complementou.

Guedes disse que, com uma agenda de reformas, o governo "venceu o ceticismo dos oposicionistas". Na sequência, criticou a reforma da Previdência aprovada em 2019. "Começamos a grande reforma da Previdência, e não a fizemos por completo. Queríamos fazer mais, queríamos colocar um sistema de capitalização com poupança garantida. O Brasil estaria já segurando maiores taxas de investimento e crescimento futuro. Nos deixaram fazer só pela metade", disse.

Imposto de Renda
Guedes argumentou ainda em defesa do Imposto de Renda, em análise no Senado. "As reformas estão lá. Quem pede a reforma administrativa, tá lá, quem pede a tributária, tá lá. Está tudo lá, é só aprovar. Da nossa parte, tá lá. Não é só a PEC 110, está o Imposto de Renda também. E, cá para nós, acho um sinal de inteligência aprovar o imposto sobre dividendos de 15%", disse.

"Porque todo mundo já está dizendo que, quando vier, vai ser no progressivo, vai ser 30% e sem baixar o imposto sobre as empresas. O que nós fizemos é o que o mundo está fazendo", acrescentou.

A matéria, contudo, enfrenta resistência na casa. O relator do projeto de lei que trata do tema, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), anunciou na última sexta-feira (3) que não entregará o parecer sobre o texto que foi aprovado na Câmara dos Deputados e que deve arquivar a proposta.