Com preços congelados desde o início da pandemia, produto varia entre R$ 60 e R$ 95 no Estado.

Botijão do gás de cozinha custa R$ 26 nas refinarias e R$ 70 ao consumidor
Diferença nos valores entre os municipios.. / Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado

O preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozinha, mantém as mesmas médias de preços de antes da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em Mato Grosso do Sul. 

Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em março o produto custava, em média, R$ 72,16 para o consumidor; já em agosto a média é de R$ 72,02.

O preço médio do GLP varia 50% em Mato Grosso do Sul. O menor valor praticado é de R$ 60 e o maior R$ 95, diferença de R$ 35 entre os locais pesquisados.

Apesar de manter os valores ao consumidor, nas refinarias o preço variou R$ 5,55. Em meados de março, o botijão de 13 kg custava R$ 21 nas refinarias da Petrobras, saía das distribuidoras por R$ 53,59 e chegava aos consumidores por R$ 72,16. 

Entre março e agosto a estatal anunciou cinco reajustes no preço do GLP. O último aumento anunciado no fim de julho foi de 5%. 

Com isso, o preço médio da estatal para as distribuidoras do produto é equivalente a R$ 26,55. O valor entregue pelas distribuidoras é de R$ 54,93 e a média praticada pelas revendas é de R$ 72,02, praticamente a mesma média de março.

Segundo a Petrobras, a diferença entre os valores praticados pela petroleira e os que chegam ao consumidor mudam em razão do processo. 

“As distribuidoras são responsáveis pelo envase em diferentes tipos de botijão e, com as revendas, são responsáveis pelos preços ao consumidor final”, explicou.

De acordo com o presidente do Sindicato das Micro, Pequenas Empresas e Revendedores Autônomos de GLP, Gás Canalizado e Similares do Estado (Simpergasc-MS), Vilson de Lima, para que os preços fossem mantidos, empresários diminuíram a margem de lucro. 

“As vendas nessa época do ano são estáveis, o preço médio na Capital é de R$ 70. Os revendedores, baixaram suas margens, estão trabalhando no vermelho”, explicou

Variação
Dados da ANP apontam que entre os municípios, Nova Andradina tem o menor custo médio do gás de cozinha, a R$ 64,55, variando entre o mínimo de R$ 60 e máximo de R$ 75. 

Já o maior valor praticado em Mato Grosso do Sul foi registrado em Corumbá, onde o produto foi encontrado a R$ 95 em todos os locais pesquisados.  

Segundo o representante das revendedoras, a variação de preços entre as cidades se dá por causa da logística. 

“Depende da logística, o quanto as empresas estão longe da central. O gás sai de São Paulo, vem até Campo Grande, é envasado em botijões e é distribuído pelo Estado. Cada cidade tem uma distância, e cada distância tem um valor de frete. E cada empresa tem um centro de custos, que são despesas variadas, então cada comércio estipula seu valor com base nas despesas”, informou Lima.  

Em Campo Grande, conforme a ANP, o preço médio do gás é de R$ 70,58, com o valor mínimo praticado a R$ 60 e o máximo chegando a R$ 85. Na região sul do Estado, Dourados comercializa o botijão de 13 kg por R$ 72,63 em média, enquanto em Ponta Porã o gás de cozinha é comercializado a R$ 70.  

O gás de cozinha varia entre R$ 70 e R$ 75 em Três Lagoas, com preço médio de R$ 71,43. Em Coxim, o valor médio praticado é de R$ 85,17, variando entre o mínimo de R$ 80 e o máximo a R$ 90.