Preso pela 3ª, controlador de empresas de fachada continuou atuando no esquema de Claudinho Serra

Articular nomeação de aliados e ameaçar delator: Justiça mantém ‘Frescura’ preso por corrupção
Preso pela 3ª, controlador de empresas de fachada continuou atuando no esquema de Claudinho Serra / Foto: Reprodução, Gaeco

Apontado como controlador de empresas de fachada que venciam licitações em Sidrolândia, no esquema comandado por Claudinho Serra (PSDB), Ueverton Macedo da Silva, o ‘Frescura’, teve habeas corpus negado pela Justiça e continuará atrás das grades.

Preso pela 3ª vez em outubro do ano passado, ‘Frescura’ teve pedido de liberdade negado por cinco pontos citados no voto do relator, desembargador José Ale Ahmad Netto, – seguido por unanimidade – na 2ª Câmara Criminal do TJMS, que são os seguintes:

Interceptações telefônicas demonstram que, mesmo após ser beneficiado com liberdade provisória, Ueverton seguia, em tese, atuando nos bastidores da administração pública, articulando a nomeação de aliados em cargos estratégicos, inclusive na Secretaria de Obras de Sidrolândia
Há relatos de ameaça grave ao colaborador Tiago Basso da Silva, que narrou ter sido ameaçado de morte por Ueverton, por cogitar delação premiada – fato confirmado por mensagens de WhatsApp, em que interlocutores mencionam: ‘não acredito ele louco de falar Frescura’, ‘sabe q o bicho pega’, ‘o bicho vai pegar’.
O réu foi denunciado por obstrução de justiça, após ocultar deliberadamente seu telefone celular durante cumprimento de mandado de busca e apreensão;
Foi identificado envolvimento direto do acusado em esquema de compra de votos, com uso de imóveis de sua propriedade como pontos de coleta e distribuição de dinheiro, conforme investigado no objeto da Operação Vigília, em benefício da campanha da prefeita Vanda Cristina;
Durante as buscas, foi apreendida agenda pessoal com anotações manuscritas de repasses em dinheiro a agentes políticos, como “R$ 3.000,00 (Anielle)”, “R$ 10.000,00 (Gilson Galdino)”, e “R$ 10.000,00 (Gilsou – Autocar)”, sugerindo repasses indevidos a vereadores e assessores públicos;
Prefeitura de Sidrolândia. (Arquivo, Jornal Midiamax)
Condenado por obstrução da Justiça
Ainda, Ueverton foi condenado à pena de 3 anos de reclusão no regime semiaberto por obstrução da Justiça, já que escondeu celular em bunker e impediu que fosse apreendido pelo Gaeco, durante a 3ª fase da Tromper.


 

Vale ressaltar que o celular de Frescura foi essencial para as investigações chegarem até o líder do esquema, o ex-secretário de fazenda do município, Claudinho Serra.

No decorrer do processo, Frescura alegou que o fato de não entregar celular para equipes do Gaeco, durante cumprimento de mandados judiciais, não ’embaraçou’ as investigações.

Deve ficar preso até sentença da Tromper
Antes do julgamento desse HC de Frescura, o desembargador José Ale Ahmad Netto negou o pedido liminarmente (provisoriamente) e pediu informações do juiz da Vara Criminal de Sidrolândia, que manteve a prisão de Ueverton.

Assim, o juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva se manifestou favorável à manutenção da prisão do empresário, afirmando tratar-se de medida para garantir a ‘ordem pública’ e que ele deve continuar preso até o fim do processo: “Diante do quadro processual relatado, não vislumbrei, até o momento, condições objetivas e seguras para a concessão da liberdade do paciente, ao menos até que sobrevenha decisão de mérito quanto à eventual condenação ou absolvição, sendo a manutenção da prisão medida ainda necessária para a garantia da ordem pública, da instrução criminal (já havendo histórico de obstrução) e da aplicação da lei penal“, diz o magistrado.

Operação Tromper
Com as primeiras fases, a investigação identificou a organização criminosa voltada para fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura de Sidrolândia.

O MPMS aponta na denúncia que o grupo criminoso agia para fraudar e direcionar licitações em Sidrolândia, favorecendo-se.

Empreiteiras alvos do Gaeco receberam mais de R$ 34,4 milhões da Prefeitura de Sidrolândia
Com isso, desviava valores desses contratos para os investigados. Claudinho, então secretário de Fazenda do município, seria mentor e teria cooptado outros servidores. Assim, o ex-vereador e outros dois alvos de mandados de prisão foram presos.

A 4ª fase da operação mirou mais de 20 pessoas ligadas à administração pública. A ação da 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia, do Gecoc e do Gaeco cumpriu três mandados de prisão e 29 de busca e apreensão.

Aliás, a nova investida das autoridades contra o esquema de corrupção chefiado por Serra atingiu diretamente o núcleo familiar do político. O pai, Cláudio Jordão de Al