Flagrantes de câmeras instaladas na Nhecolândia contribuem para pesquisas de conservação de espécies.

Armadilhas fotográficas rendem selfies incríveis de bichos no Pantanal

O uso de câmeras fotográficas cada vez mais modernas e robustas tem contribuído de forma significativa para o avanço das pesquisas sobre comportamento animal e conservação da biodiversidade do Pantanal, em Mato Grosso do Sul. As versões digitais, que incorpora ferramentas como GPS e Wi-Fi, se transformam em verdadeiros “celulares da natureza”. O resultado é uma bela coleção de selfies, “nudes” até cenas de sexo.

São múltiplos disparos, flashes sincronizados e boa resolução que proporcionam os mais reveladores flagrantes dos bichinhos na natureza. Muitas das câmeras estão instaladas no Pantanal da Nhecolândia, em uma área de 350 km².

Desde 2010, já foram acumuladas mais de 10 mil noites de armadilhamento, com imagens que já percorreram o mundo como BBC e National Geographic.

As armaldilhas fotográficas já eram utilizadas pelos pesquisadores há muitos anos, registrando cenas da vida silvestre sem a interferência de observadores humanos.

Com o avanço tecnológico, elas são aplicadas cada vez mais nos censos populacionais da fauna, identificação de indivíduos e obtenção de dados sobre reprodução, seleção de habitat e condições de saúde.

Uma armadilha fotográfica é feita por meio de uma câmera digital conectada a um sensor de movimentos. Sempre que um animal entra na zona de captação, o equipamento faz uma sequência de fotos ou um vídeo. Claro que os cliques chamam atenção dos animais mais curiosos, rendendo excelentes e inusitadas imagens. Tem uns mais nervosinhos que até atacam as armadilhas e chegam a causar danos materiais.

As pesquisas são realizadas pelo Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicas) e Icas (Instituto de Conservação de Animais Silvestre). Foi com essa metodologia que se conseguiu uma baita façanha: registros inéditos do tatu-canastra, um dos mamíferos mais raros da fauna brasileira.

Outro destaque são as imagens do super tímido tatu-de-rabo-mole-pequeno (Cabassous unicinctus), que só aparece na superfície por apenas onze minutos por dia.

Vale muito conferir os flagrantes do Pantanal, numa seleção de imagens feita pelo biólogo Gabriel Massocato.