A Câmara de Campo Grande retoma os trabalhos e uma novela que já cansou quase todo mundo: a briga entre Alcides Bernal (PP) e a maioria dos 29 vereadores de Campo Grande. A mudança de presidente da Câmara e de alguns personagens não fez muita diferença e a relação de paz, tão discursada, continua só nas palavras.

 Quem ouve os vereadores ou Alcides Bernal até pensa que a tão falada paz vai acontecer. Indagado sobre o discurso na Câmara hoje, Bernal disse que levará uma “mensagem de paz, justiça, trabalho e desenvolvimento para Campo Grande”. O discurso convenceria muita gente que não tivesse acompanhado o desenrolar destes três anos, mas a tarefa parece difícil para quem acompanha a trama diariamente.

Entre os vereadores o discurso também é de paz, mas há pouca gente que acredite na promessa. No último ano a esperança de quem se cansou está na busca pela eleição. Há quem aposte na trégua por conta da busca por votos. Mas há também os que acreditam que a eleição deve incendiar ainda mais o jogo.

Comumente, em ano de eleição os prefeitos são mais atacados, visto que é hora de fazer um balanço dos trabalhos. É neste sentido que Bernal deve demonstrar preocupação. Ciente de que terá dificuldade, Bernal tenta, novamente, conquistar aliados, o que está difícil de acontecer.

Desde que começou a administrar Bernal só perdeu aliados.  Ele chegou a ter oito na base, mas foi perdendo até chegar aos três que pode chamar de seus: Luiza Ribeiro (PPS), Cazuza (PP) e Betinho (PRB). Agora, em ano de eleição, ele enfrenta dificuldade maior. Interessados na eleição, partidos não têm interesse de apoiar o prefeito e preferem continuar como estão.

Com medo de apoiar ou declarar oposição a Bernal, muitos vereadores estão preferindo ficar em cima do muro. É o caso dos vereadores Eduardo Cury (PTdoB) e Francisco Saci (PRTB), que preferem continuar independentes, alegando que estarão do lado da sociedade. O discurso é uma saída para não desagradar simpatizantes e nem opositores ao prefeito.