Satélite geoestacionário será lançado da Guiana Francesa, mas, com greve no país, governo já adiou cerimônia por três vezes. Ministério diz que ainda não há nova previsão.

Após três tentativas frustradas, governo não sabe quando lançará satélite

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicações informou nesta quarta-feira (22) que, após três tentativas frustradas, o governo brasileiro não sabe mais quando lançará o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas.

O satélite será lançado da Guiana Francesa, mas uma greve no país fez com que a cerimônia fosse adiada três vezes.

Inicialmente, o equipamento seria lançado da cidade de Kourou para o espaço nesta terça (22), mas o governo adiou para esta quarta (22) e, depois, para quinta (23).

De acordo com a imprensa da Guiana Francesa, a greve local é promovida por funcionários de uma empresa de energia elétrica e de um centro médico. Durante os protestos, foram feitas barricadas na entrada do centro espacial com carros, pneus e pedaços de madeira.

Agora, o governo brasileiro e a empresa aeroespacial Arianespace aguardam o fim dos protestos para poder definir a data do lançamento. Ao todo, o projeto custou R$ 2,1 bilhões.
 

O satélite brasileiro
 
O satélite gira na mesma velocidade da Terra e fica "estacionado" sobre um mesmo ponto do planeta. Ele é utilizado em telecomunicação, meteorologia e comunicações militares. Atualmente, o governo aluga o sinal de satélites privados.

O equipamento será o primeiro satélite brasileiro que poderá ser utilizado para fins civis e militares.

Entre os objetivos do satélite, estão:
 

  • ampliar a oferta de internet banda larga no Brasil (com foco em áreas de difícil acesso);
  • ajudar as Forças Armadas em operações nas fronteiras;
  • auxiliar ações de resgate em alto mar;
  • ajudar a segurança do espaço aéreo.
     
     

Construção
 
O satélite pesa 5,8 toneladas e tem 5 metros de altura. O equipamento vai ficar posicionado a 36 mil quilômetros da Terra e cobrirá todo o território brasileiro, além do Oceano Atlântico. A previsão de vida útil do satélite é de 18 anos.

A construção do satélite foi feita em Cannes e Toulouse, na França, pela empresa Thales Alenia Space, e durou 2 anos. O projeto foi supervisionado pela Visiona Tecnologia Espacial (parceria entre Embraer e Telebras).

De acordo com o Ministério da Defesa, o processo envolveu transferência de tecnologia e intercâmbio entre profissionais brasileiros dessas empresas e da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).