O deputado Carlos Marun (PMDB) foi recebeu críicas da imprensa por ter entrado com recurso que favoreceu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que sofre processo de cassação no Congresso por ter mentido à CPI da Petrobras, quando disse que não possui contas no exterior. Posteriormente, documentos do Ministério Público da Suíça revelaram três contas ligadas a ele no País.

Diante da repercussão negativa, Marun divulgou um vídeo no Facebook criticando a imprensa, alegando que o processo não volta a estaca zero e que muitos querem rapidez na cassação de Cunha, mas não criticam a demora para julgar Dilma Rousseff (PT).

“Não é porque muitos desejam grande rapidez do processo que vou passar agir fora do que demanda o regimento da casa e a constituição do País. Desafio a dizerem a luz destes instrumentos legais que estou errado”, reclamou.

Segundo o deputado, o seu recurso adia o processo apenas dois dias e não volta a estaca zero como muitos estão dizendo. “Estranho que não esteja sendo pedido pressa no processo de impeachment da presidente, que praticamente foi trancado pelo STF (Supremo Tribunal Federal)”, criticou.

Marun não quer ficar com a fama de advogado de Cunha e usa o regimento para se defender, mas colegas o criticam, afirmando que caberia ao presidente recorrer e não a ele. Cunha nega ser dono das contas, argumentando que são administradas por trustes. Cunha ainda é alvo de um inquérito no STF, onde há investigação se as contas foram usadas para lavagem de dinheiro. Ele também é suspeito de receber cinco milhões de dólares da corrupção na Petrobras.