Dois vereadores pediam melhorias em estrada quando foram expulsos aos gritos.

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O prefeito de Figueirão, Professor Juvenal Consolaro (PDT), expulsou de seu gabinete na manhã desta quarta-feira (11) dois vereadores que reivindicavam melhorias nas estradas da zona rural. O chefe do Executivo Municipal admitiu a ‘quebra de decoro’ e alegou que se sentiu desrespeitado, uma vez que Flávia Bravo (PSBD) e Edgar José de Lima (PMDB) vêm de outros mandatos e pouco têm contribuído com a administração pública.

Entenda
Conforme apurado, Flávia e Edgar foram ao encontro do prefeito Juvenal para acompanhar um produtor rural da região que buscava melhores condições para as estradas. Porém, chegando lá, ocorreu a desavença, oportunidade em que o prefeito expulsou os dois vereadores aos gritos. Relatos compartilhados nas redes sociais e grupos de WhatsApp dão conta de que a gritaria chamou a atenção dos servidores, causando alvoroço.

“Fomos reivindicar, fazer nosso papel de vereador [...] ele atacou a gente. Fomos levar a solução para o prefeito, que é o Executivo, mas ele não está preparado”, disse Edgar. Flávia, por sua vez, conta que sequer foram cumprimentados pelo prefeito. “Demos bom dia e não fomos respondidos. Em seguida, fomos atacados com muitos gritos e uma tremenda falta de respeito com a gente, dizendo que a gente nunca trabalhou”, explicou a vereadora.

Ela rebateu dizendo que, ao contrário do que Juvenal disse, o município tem recebido investimentos e maquinários graças a articulações feitas nos mandatos anteriores. “Disse que a gente deixou a máquina sucateada, que nunca trabalhamos, sendo que ele está recebendo recursos e equipamentos que a gente trabalhou para conseguir também”. Por conta da confusão, os vereadores precisaram compartilhar um vídeo de esclarecimentos (veja abaixo).

O que diz o prefeito
Ao Midiamax, Juvenal não escondeu sua revolta e disse que desde que assumiu a gestão, se deparou com a administração precarizada. O prefeito relatou que o município não dispõe de veículos para atender a todas as demandas e que, neste momento, o maquinário está sendo usado em um consórcio na cabeceira do Caracol, custeado com ajuda de outros 14 fazendeiros, para retirada de materiais que são usados na manutenção das estradas. 

“Temos só um caminhão em boas condições [...] temos uma escavadeira e um patrola enviada recentemente que está nessa demanda [Consórcio] e não podemos tirar de lá”, disse. Diante deste cenário, alegou que quando o fazendeiro chegou com os vereadores, se sentiu desrespeitado ao ser cobrado, uma vez que os membros do Legislativo vêm de outros mandatos, inclusive apoiando outras gestões, e não ajudam em nada.

No entendimento dele, os vereadores também são culpados pela situação difícil do atual exercício e, por este motivo, deveriam se sentir responsáveis e propor alternativas, ao invés de tentarem pressioná-lo. “A presença veio como uma pressão. Considerei uma afronta. Esse Edgar está no quinto mandato, a Flávia vem de outro mandato e não fizeram nada. Cadê o dinheiro que saiu? Cadê as máquinas que compraram? Só receberam [salário] e não produziram”, lamentou.

Juvenal disse ainda que caso o fazendeiro estivesse sozinho, certamente agiria diferente e que, independentemente do que aconteceu, vai fazer o possível para atender todos os munícipes dentro das possibilidades da administração. Sobre a expulsão dos vereadores, não demonstrou arrependimento. “Não vou dar moleza pra esse tipo de gente que está aí recebendo salário e não produz. Tenho sangue nas veias, não sou um prefeito morto, estou tentando trabalhar pelo município”, concluiu.