Após derrotas históricas, processos e abandono esfacelam PMDB na Câmara

O PMDB passa por dificuldade em Campo Grande desde 2012, quando Edson Giroto perdeu a eleição para Alcides Bernal (PP). Dois anos depois, foi a vez de Nelsinho Trad perder o governo do Estado, nem chegando ao segundo turno. Mesmo com a derrota, muitos tentavam minimizar a situação do partido. Agora, o cenário desfavorável impede que a crise seja mascarada.

Um exemplo claro desta crise está na Câmara de Campo Grande. Maior bancada, com seis vereadores, o PMDB pode fechar a legislatura com apenas dois disputando a reeleição. Isso porque, além dos casos de aposentadoria, há também os insatisfeitos, que negociam com outras siglas.

Mario Cesar (PMDB) e Edil Albuquerque (PMDB) não disputam a reeleição. Já Paulo Siufi (PMDB) e Magali Picarelli (PMDB) não descartam troca de sigla. Magali conversa com o PSDB e Siufi também pretende procurar o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para falar da possibilidade de troca de legenda. Se confirmarem a saída, o PMDB só terá Wanderlei Cabeludo e Carla Stephanini disputando a reeleição.

O PMDB sempre teve dificuldade para conseguir candidatos por conta do peso da chapa, que obriga os interessados a terem muitos votos para se elegerem. Agora a situação está mais difícil por conta da fragilidade da candidatura a prefeito. Os candidatos a vereador também levam em conta o candidato a prefeito antes de escolherem o partido.  

A crise do PMDB também passa pelos problemas judiciais enfrentados por lideranças. O ex-governador André Puccinelli, por exemplo, é investigado por suspeita de superfaturamento nas obras do Governo do Estado. A investigação está por conta da Polícia Federal e pode estourar em alguns meses. Além disso, pesa contra o partido a Coffee Break, que investiga possível compra de votos para cassação de Bernal. A maioria dos vereadores do PMDB é citada no relatório do Gaeco.