Zelenski também se manifestou sobre a conversa. "Tive uma ligação telefônica com o presidente do Brasil, Lula.

Após conversa com Zelenski, Lula afirma que
Lula na cerimônia de reinstalação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. / Foto: RICARDO STUCKERT/PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA - 28.2.2023

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou na tarde desta quinta-feira (2) com Volodimir Zelenski, presidente da Ucrânia. É a primeira vez que os dois chefes de Estado dialogam desde o início da guerra no Leste Europeu, que completou um ano no fim de fevereiro. 

"Tive uma reunião por vídeo agora com o presidente da Ucrânia. Reafirmei o desejo do Brasil de conversar com outros países e participar de qualquer iniciativa em torno da construção da paz e do diálogo. A guerra não pode interessar a ninguém", escreveu Lula nas redes sociais.

Zelenski também se manifestou sobre a conversa. "Tive uma ligação telefônica com o presidente do Brasil, Lula. Agradeci pelo apoio à nossa resolução na ONU. Destacamos a importância de defender os princípios da soberania e da integridade territorial dos Estados. Nós também discutimos esforços diplomáticos para trazer a paz de volta à Ucrânia e ao mundo", compartilhou. 

A ligação entre o presidente brasileiro e Zelenski foi acertada em fevereiro pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba. Lula e Vladimir Putin, presidente da Rússia, se falaram por telefone em dezembro do ano passado.

Também nesta quinta-feira, Zelenski conversou com o presidente da Suíça, Alain Berset. "Tive minha primeira ligação com o presidente da Suíça. Agradeço pelo pacote de apoio de CHF 114 milhões. Discutimos projetos conjuntos, em que ambos os países têm interesse, e também dedicamos tempo para ações práticas de implementação da Fórmula da Paz", publicou Zelenski nas redes sociais.

Embora Lula reconheça que a Rússia é a principal responsável, ele já chegou a dizer que o presidente ucraniano é tão culpado pela guerra quanto Putin.

No início deste ano, o Palácio do Planalto foi consultado sobre a possibilidade de o governo federal disponibilizar munições de tanques de guerra à Ucrânia, mas Lula recusou enviar o armamento por entender que, se fizesse isso, o Brasil estaria participando da guerra, mesmo que de forma indireta.

O presidente brasileiro tem defendido a criação de uma organização de nações para mediar o conflito e tentar dar fim à guerra. Segundo Lula, ele já apresentou a ideia ao presidente da França, Emmanuel Macron, ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e ao primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz.