Candidatos da esquerda ficaram para trás nas eleições deste ano na Bolívia

‘Após 20 anos governando, é natural que acumule desgaste’, avalia Vander sobre eleições na Bolívia
Candidatos da esquerda ficaram para trás nas eleições deste ano na Bolívia / Foto: Deputado estadual Vander Loubet (Eliel Dias, Jornal Midiamax)

Com dois candidatos da direita indo para o segundo turno nas eleições da Bolívia — e a derrota da esquerda nas urnas —, o deputado federal Vander Loubet (PT-MS) avalia que um governo tão duradouro, de 20 anos, é esperado que fique desgastado diante da população.

“Após 20 anos governando, é natural que o MAS [Movimento ao Socialismo] acumule algum desgaste. Mas acredito que a situação mais difícil para o campo da esquerda e que prejudicou o resultado do partido nesta eleição foi o racha entre o grupo do ex-presidente Evo Morales e o grupo do atual presidente Luis Arce”, afirma ao Jornal Midiamax.

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As eleições confirmaram a rejeição ao partido de esquerda Movimento ao Socialismo (MAS), que governou a Bolívia — que faz fronteira seca com Corumbá — durante 20 anos, primeiro com Evo Morales e depois com Luis Arce.

Andrónico Rodríguez, o principal candidato de esquerda, ficou na quarta colocação, com 8,15%. Já o candidato do MAS, Eduardo del Castillo, terminou a eleição em sexto lugar, com 3,14% dos votos.

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Rodrigo Paz Pereira, da chapa de direita Partido Popular Cristão, ficou em primeiro com 32,08% dos votos, enquanto Jorge “Tuto” Quiroga, do Liberdade e Democracia, foi o segundo mais votado com 26,94%.

Para ele, Paz se apresenta como candidato de centro-direita, com um discurso de conciliação. “Isso é importante para evitar a ascensão de um presidente de extrema-direita, o que com certeza seria muito prejudicial para o povo boliviano, que poderia passar a sofrer o mesmo que nossos hermanos argentinos estão sofrendo agora nas mãos do governo Milei”, avalia Vander.

Além disso, Paz surpreendeu ao se colocar como um outsider durante a campanha e se beneficiou da desconfiança dos bolivianos em relação à classe política. As pesquisas de opinião haviam colocado Quiroga e o candidato Samuel Doria Medina no segundo turno, mas Medina amargou o terceiro lugar, com 19,93%.