Apesar de crise, indústria da construção espera crescer 1% neste ano.

A expectativa é de estagnação nos primeiros três meses de 2015 e reação no segundo trimestre.

Responsável por empregar 33.909 trabalhadores distribuídos por 2.800 empresas em Mato Grosso do Sul, a indústria da construção civil espera crescer 1% neste ano em relação ao faturamento de R$ 2,51 bilhões obtidos no ano passado, representando algo em torno de R$ 2,53 bilhões, em decorrência da forte crise que assola o País e, em especial, o segmento.

O índice é menor que os 3,5% projetados para 2014 devido à retração registrada na economia nacional e que culminou com a paralisação de grandes obras em todo o território nacional, incluindo o Estado, onde a fábrica de nitrogenados em Três Lagoas parou, causando muitas demissões e provocando um saldo negativo na geração de empregos.

Segundo o presidente do Sinduscon/MS (Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Construção de Mato Grosso do Sul), Amarildo Miranda Melo, o cenário econômico atual conduz os empresários a agirem com cautela. “Acreditamos que os três primeiros meses do ano serão de estagnação, mas já no segundo trimestre o setor deve reagir. No segundo semestre teremos condições de fazer uma nova avaliação”, declarou.

Ele explica que a indústria da construção civil, além da crise, ainda enfrenta entraves com o Governo. “Temos muita demora em relação às licenças ambientais, licenças construtivas, alvarás, habites e registro de imóveis. Isso tem atrapalhado o segmento e, por isso, o empresariado entra o ano ainda mais receoso”, disse.

Outro fator que tem freado um crescimento maior do segmento são os preços. "Os preços estão inadequados à realidade do mercado, principalmente, no que diz respeito às obras públicas. A burocracia é muito grande, os preços precisam ser corrigido”, pontuou Amarildo Melo, esperando que a atual administração estadual possa reverter esse quadro, bem como o Governo Federal.

O presidente do Sinduscon/MS acrescenta também que, quanto mais pessoas qualificadas o segmento tiver tivermos, mais trabalhadores estarão empregados, isso porque as indústrias da construção civil necessitam de mão de obra especializada.

“A Fiems, por meio do Senai, trabalha junto ao segmento na capacitação de mão de obra na área de eletricista, pintor e pedreiro, mas a nossa demanda é muito grande e ainda não conseguimos suprir a maioria dessa demanda”, destacou Amarildo Melo, esperando que, com a Escola da Construção anunciada pela Federação, esse cenário possa mudar pelo menos na Capital.

Apesar de crise, indústria da construção espera crescer 1% neste ano.