Morada dos Baís completa 100 anos com o reconhecimento da importância histórica e cultura para a cidade.

Ano é de centenário do casarão que já foi pensão e hoje é centro cultural
Fachada do prédio, que teve construção finalizada em 1918. / Foto: Marcos Ermínio

O casarão mais famoso de Campo Grande completa 100 anos em 2018. A Morada dos Baís já foi Pensão Pimentel e hoje é um dos mais importantes endereços culturais da cidade, sob comando do Sesc. Além de shows gratuitos e de ações para valorização da gastronomia regional, tem museu fixo de Lídia Baís e de Conceição dos Bugres. Do chão, surgem os sons da história do prédio inaugurado em 1918.

Com referências pontuais a Manoel de Barros em alguns detalhes no espaço, além de área para exposições artísticas e musicais, restaurante e sala de cinema, o prédio ganhou uma nova cara e teve sua essência resgatada em 2015, após ser adotado pelo Sesc.

No passado, quando a Capital nem fazia parte de Mato Grosso do Sul, o terreno tomava a quadra inteira, começando nos portões de ferro da Morada até a Ernesto Geisel, informação que nos foi cedida por Sandra Baís, sobrinha-neta e afilhada de Lídia.

Eram nesses portões, inclusive, que a cidade começava, dando de cara com a casa do comerciante Bernardo Franco Baís, que em 1913, autorizou a construção do sobrado, hoje conhecido como Morada dos Baís.

O lugar foi residência da família até 1938. Lídia Baís, filha de Bernardo, primeira artista plástica de Mato Grosso do Sul, pintou painéis com temas religiosos nas paredes do prédio.

A sala azul e a rosa tornaram-se atração na cidade. Da década de 40 até 1974, o prédio foi propriedade da família Pimentel, que transformou o local em uma pensão.

Após incêndio de 1974, o madeiramento da cobertura, telhas de ardósia e pisos de madeira – trazidos da Europa por Bernardo Franco Baís – foram destruídos. Nos anos seguintes, o imóvel foi destinado ao comércio, tendo diversos usos: sapataria, casa lotérica e alfaiataria, até entrar em um período de abandono e total depredação.

Em Decreto municipal nº 5390, de 4 de junho de 1986, o prédio foi tombado como Patrimônio Histórico do município. Na década de 90 o prédio foi restaurado com projeto dos arquitetos Regina Maura Lopes Couto, Fernando Antônio Castilho e Mário Sérgio Sobral Costa, preservando as pinturas da pequena Lídia - de apenas 1,40m-, e assim, permanece até hoje.

O antigo e o atual se misturam. Na área externa, o espaço carrega ares de que ainda há muito por vir. Internamente, nos museus, o cheiro de madeira, os detalhes de uma arquitetura antiga e os objetos recolhidos dos Baís só valorizam ainda mais o prédio e toda a história de Campo Grande. 

Cada passo dado lá dentro permite sentir novas sensações. Se suas paredes falassem agradeceriam por ver o espaço rodeado de gente que anseia por cultura, assim como aqueles que um dia passaram por ali.

"Minha madrinha com certeza estaria muito feliz em ver sua antiga casa assim. O sonho dela era ter ali um museu, com suas obras de arte expostas, viver de arte. Uma pena que ela não conseguiu enxergar tudo isso se tornando realidade em vida. Mas foi uma vitória que teve muita participação dela e de seus sonhos", comenta Sandra Baís.

A diretora regional do Sesc MS, Regina Ferro, explica que desde quando a instituição assumiu o espaço, a intenção era fazer do casarão um verdadeiro centro cultural, e foi o que aconteceu. "O público não só pode apreciar diversos shows e apresentações nas diversas linguagens da cultura, mas também saborear deliciosos pratos regionais", diz.

A assessoria confirmou que realizará ainda em 2018 uma série de ações culturais junto a grupos artísticos da Capital em comemoração ao centenário. "A programação das ações está em fase de finalização e será divulgada neste primeiro trimestre por meio de release oficial da instituição".

Ano é de centenário do casarão que já foi pensão e hoje é centro cultural
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