Um dos animais mais poderosos e impressionantes do planeta foi visto novamente em território brasileiro.
A harpia também conhecida como gavião-real, a maior águia das Américas foi flagrada no Parque Estadual do Turvo, em Derrubadas (RS), pelo guarda-parque Carlos Neimar Kuhn.
Durante uma ronda de rotina, Kuhn conseguiu fotografar o animal em dois momentos raríssimos: pousada em uma árvore e depois alçando voo. É apenas a segunda vez que ele registra o encontro com a espécie a primeira foi em 2018. O novo flagrante reforça a importância da preservação do último refúgio natural da harpia no Rio Grande do Sul.
Com envergadura superior a 2 metros e peso que pode chegar a 11 kg, a harpia (Harpia harpyja) é um verdadeiro símbolo de força e resistência na natureza. Suas garras são maiores que as de um urso-pardo e seu bico é capaz de dilacerar ossos com facilidade. As pernas, grossas como o punho de um homem adulto, sustentam o poder dessa caçadora, capaz de abater macacos, preguiças e até pequenos veados em pleno voo.
O tamanho impressionante e o olhar penetrante da harpia renderam à espécie o apelido de “monstro voador” uma águia que domina os céus das florestas tropicais e ocupa o topo da cadeia alimentar.
Rara e ameaçada
Apesar de seu poder, a harpia está ameaçada de extinção. O desmatamento de grandes áreas de floresta, principalmente na Amazônia e na Mata Atlântica, reduziu drasticamente seu habitat e suas fontes de alimento.
Além disso, o ciclo reprodutivo da espécie é muito lento cada casal cria apenas um filhote a cada três anos, o que torna sua recuperação ainda mais difícil.
O novo registro no Rio Grande do Sul se soma a outra descoberta recente: um ninho ativo no Maciço do Urucum, em Corumbá (MS), identificado em julho de 2024 por uma expedição de ecoturismo. Foi o primeiro achado desse tipo em mais de uma década, o que reacende a esperança de que a espécie esteja lentamente reconquistando territórios perdidos.
Sinal de alerta ambiental
O avistamento da harpia fora de suas áreas tradicionais como a Amazônia e trechos densos da Mata Atlântica serve de alerta. Especialistas apontam que o avanço de mineração, queimadas e desmatamento ameaça até os refúgios de biodiversidade que restam, como o Pantanal e o próprio Parque do Turvo.
Segundo ambientalistas, a harpia é um indicador da saúde das florestas: onde ela sobrevive, a cadeia ecológica ainda está equilibrada. Sua presença, portanto, é tanto um espetáculo da natureza quanto um pedido de socorro pela preservação dos ecossistemas brasileiros.











Olá, deixe seu comentário!Logar-se!