Amazônia tem aumento de 16% no desmatamento em relação a 2014
Imagem divulgada pelo Ministério do Meio ambiente mostra as principais áreas de desmatamento da Amazônia. / Foto: Ministério do Meio Ambiente/Divulgação

O Ministério do Meio Ambiente divulgou na tarde desta quinta-feira (26) os dados oficiais do desmatamento da Amazônia do sistemas Prodes, medidos entre agosto de 2014 e julho de 2015 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Houve aumento de 16% em comparação ao ano anterior (crescimento de 5.012 km² para 5.831 km²), e os estados de  Amazonas (54%), Rondônia (41%) e Mato Grosso (40% de aumento) foram os que mais puxaram para cima esse aumento.

Segundo a ministra Izabella Teixeira, há ilegalidades acontecendo em determinadas regiões do Amazonas e a pasta estuda a criação de novas unidades de conservação para conter as derrubadas.

O Pará, que é o estado que mais desmata a Amazônia em números absolutos, manteve seu índice estável em relação ao ano anterior, ainda que em um patamar alto (1881 km²). A ministra disse que notificará os governos de MT, AM e RO para darem explicações sobre o que está acontecendo.

O anúncio do aumento do desmatamento acontece às vésperas da Conferência do Clima da ONU, a COP 21, em Paris, onde o Brasil participará das negociações por um acordo global de redução das emissões dos gases de efeito estufa.

O desmatamento, historicamente, é o maior fator causador de emissões no Brasil. Somente este ano anunciou-se que a geração de energia pode ter chegado ao mesmo patamar da devastação.

Diferenças entre sistemas
Existem diferentes sistemas de monitoramento do desmatamento da Amazônia. Todos eles são feitos por técnicos que observam imagens de satélite seguindo diferentes metodologias. O Prodes, divulgado nesta quinta, é o dado oficial anual, mais preciso. O Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) é produzido mensalmente pelo Inpe e, como é mais rápido, não se destina a medir áreas, mas detectar focos de derrubadas de floresta para que as autoridades sejam acionadas a tempo.

Cerrado desmatado
Na quarta-feira, foram divulgados pelo governo os dados do Terraclass Cerrado 2013, projeto destinado ao mapeamento do uso da terra e da cobertura vegetal desse outro bioma, também com dados coletados pelo Inpe. Os resultados revelam que 54,5% do cerrado mantém sua vegetação natural. As áreas de pastagens ocupam 29,5% do bioma, enquanto a agricultura anual representa 8,5% e as culturas perenes, 3,1%, totalizando 41,1% do uso da terra.